Delegados da PF rejeitam reajuste de 15,8%, mas descartam greve

18 de junho de 2013 10:04

BRASÍLIA  –  As duas entidades que representam os delegados da Polícia Federal (PF) rejeitaram nesta quinta-feira a proposta do governo de reajuste salarial de 15,8% em três anos. A Federação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (Fenadepol) e a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) consideraram “muito baixo” o aumento oferecido pelo governo na última semana, mas descartaram a possibilidade de aderir à greve parcial dos servidores públicos federais, iniciada em junho.

A ADPF pretende apresentar contraproposta de reajuste salarial de 24% em três anos em uma reunião com a Secretaria de Relações de Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento até a próxima segunda-feira.

“Apostamos no bom senso do governo para que ele aceite esse aumento que estamos propondo”, disse ao Valor o presidente da ADPF, Marcos Leoncio. Posições semelhantes, segundo ele, devem ser elaboradas pelas outras 22 carreiras do funcionalismo federal, que juntas formam o grupo União das Carreiras de Estado. Fazem parte desse grupo auditores fiscais da Receita Federal e servidores do Tesouro Nacional e do Banco Central, entre outros.

“Proposta diferenciada”

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (Fenaprf), Pedro Cavalcanti, disse nesta quinta-feira ter recebido do governo uma “proposta diferenciada” em relação ao oferecido às demais categorias do serviço público federal em greve. Sem revelar o teor da oferta, afirmou que vai repassá-la aos membros da entidade sindical ainda hoje.

A assessoria da Secretaria de Relações de Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento, no entanto, descartou qualquer diferencial na proposta apresentada aos policiais rodoviários. “Eles têm a mesma proposta de 15,8% em três anos”, informou a SRT. Em outras negociações, o secretário Sérgio Mendonça tem repetido que esse “limite orçamentário” seria o mesmo para todas as categorias do serviço público, exceção feita aos professores universitários.

Os representantes dos policiais rodoviários federais terão reunião na próxima segunda-feira com Mendonça para apresentar uma contraproposta. Até lá, para elevar a pressão sobre o governo, a Fenaprf espera que policiais de todos os Estados estejam em greve, à exceção de Tocantins. Atualmente servidores da PRF em 12 unidades da Federação já aderiram à paralisação.

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