Delegados iniciam curso na Itália sobre atividade mafiosa e lavagem de dinheiro

11 de junho de 2019 17:48

Com o tema atividade mafiosa e a lavagem de dinheiro, os cinco delegados federais, associados à ADPF, começaram hoje (10) o 5° Curso Internacional de Alta Formação, oferecido pela Universidade de Palermo, na Sicília (Itália).

Os delegados Erick Ferreira Blatt, Tania Prado, José Navas, Marlon Cajado e Mario Nomoto foram selecionados, via sorteio, pela ADPF para participar da formação que também conta com membros do Ministério Público, Defensoria Pública, Controladoria Geral da União, juízes estaduais e federais.

“O sincronismo e atuação conjunta de todos esses membros citados facilitam uma atuação contra esse tipo de organização criminosa que tem braços em todos os esteios da comunidade”, destacou o diretor regional da ADPF-RJ, Erick Ferreira Blatt.

Na avaliação do delegado, a atuação do país italiano no combate às organizações criminosas é fundamental para enriquecer o conhecimento dos profissionais no presentes no curso. “Temos tentado ver as experiências que deram certo e as que deram errado e levar para o Brasil, para que a gente consiga fazer uma repressão eficiente à essas organizações criminosas”, explicou Blatt.

“O intercâmbio de conhecimentos com operadores do direito da Itália, que já passaram por uma experiência impactante na atuação contra organizações mafiosas, coroada pela operação Mãos Limpas e no chamado Maxiprocesso, nos leva à reflexão sobre boas práticas de repressão à criminalidade organizada”, reiterou a diretora regional da ADPF-SP, Tania Prado.

O delegado federal Marlon Cajado destacou a estrutura do curso como eficiente para os profissionais. “Proporciona um espaço importante para troca de experiências entre operadores jurídicos, tanto entre autoridades brasileiras de diversos estados quanto autoridades italianas, através da apresentação de instrumentos investigativos e estudos de caso de combate à organizações mafiosas, tudo visando ao aprimoramento da repressão à criminalidade organizada.”

“O curso de alta formação sobre criminalidade organizada mafiosa ministrado pela Universidade de Palermo está revelando a revolução legislativa penal que a Itália teve que sofrer para combater este tipo de crime. O Brasil precisa se espelhar nesta experiência para reprimir com eficiência as facções criminosas e os crimes de corrupção”, reiterou o delegado federal Mário Nomoto.

Para o delegado federal José Navas, os representantes da Polícia Federal saem ainda mais fortalecidos depois das aulas. “A troca de experiências proporcionada por eventos como este são singulares para o engrandecimento dos profissionais e das instituições envolvidas. A Polícia Federal sai ainda mais fortalecida e integrada como protagonista efetiva neste cenário, dando combate diuturno às organizações criminosas e a sociedade brasileira acelera os passos como fez a italiana rumo ao expurgo de nossas ‘máfias’, não importa sob qual nome operem, em nosso país”, conclui Navas.

O presidente da ADPF, Edvandir Felix de Paiva, parabenizou a participação dos delegados no curso. A expectativa é que o conhecimento seja colocado em prática. “É uma iniciativa da associação que beneficia muito mais do que os contemplados. A participação desses delegados traz benefícios para a Polícia Federal e para a segurança pública do país, pois o conhecimento adquirido será colocado em prática”, disse Paiva. “Desejo que eles aproveitem as aulas e voltem para o Brasil com diversas perspectivas sobre os temas abordados”, afirmou Paiva.

As aulas estão previstas para acontecer até 14 de junho, com cinco sessões matutinas de workshop e quatro visitas institucionais. Os nomes dos delegados foram anunciados durante uma transmissão ao vivo feita na sede da ADPF. A participação dos delegados no curso faz parte de uma iniciativa da instituição que, neste mês, também sorteou cinco vagas para o “Curso de Direito Aeronáutico – Questões atuais do Direito Aeronáutico com o Poder Judiciário”, oferecido pela Ajufe. “Temos tentado parceria com vários atores da persecução penal e proporcionar aos nossos associados cursos e capacitações”, explicou o presidente da ADPF.