Demanda é recorde em 12 anos e puxa PIB para 5,2%
O consumo das famílias e o investimento em máquinas, equipamentos e na construção civil continuaram a liderar a expansão do PIB no terceiro trimestre. Em relação a igual período de 2006, o PIB foi 5,7% maior, com alta de 6% no consumo das famílias e de 14,4% no investimento – a maior expansão desde 1996, quando foi iniciada a série histórica. A força da demanda interna explica por que todas as projeções para o PIB de 2007 foram revisadas ontem e agora indicam 5% como taxa mínima para o ano. Algumas consultorias já apontam uma alta de 5,5%.
Parte do cenário que formou o vigoroso PIB de 2007 – juros em queda, aumento do emprego e da renda, oferta abundante de crédito, inflação sob controle e cenário externo favorável – já está mudando e, por isso, a maioria das previsões para 2008 aponta arrefecimento no ritmo de expansão. Na média, a projeção é de 4,5% para o próximo ano.
O desempenho da indústria de transformação também surpreendeu, após dois anos de resultados abaixo da média dos demais setores. Em doze meses, o setor de transformação acumula crescimento de 5,4%, contra 5,2% do PIB. Após o início do Plano Real, a indústria de transformação só se expandiu acima da média em quatro oportunidades. E essa alta ocorre apesar do forte crescimento das importações. Para empresários e economistas, ela indica que as compras no exterior estão mais complementando do que substituindo a produção local.
Apesar do excelente resultado, o governo ficou calado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, só soltou uma nota e argumentou que a sustentação do ritmo de 5%, sem elevar a inflação, será garantida pelo aumento do investimento. Para ele, “o crescimento do consumo das famílias confirma a criação de um mercado de massa no Brasil”.