Deputado dá explicações

18 de setembro de 2007 10:31

Segundo as escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal na Operação Perestroika , o deputado estadual Vicente Cândido (PT-SP) aparece como um dos articuladores para que o governo federal concedesse asilo político a Boris Berezovski.

Cândido tentou agendar um encontro entre o presidente Lula e o magnata russo, do qual também participariam Alberto Dualib e Renato Duprat. Numa das conversas monitoradas, Cândido avisa Duprat que a reunião pode não acontecer por desconfiança do presidente. O encontrou nunca ocorreu.

Num dos diálogos flagrados pela PF em abril deste ano, Renato Duprat comenta com seu filho que o deputado estadual estaria disposto a ajudar, desde que recebesse suborno. Renato comenta que Vicente arranja tudo, só que ele (Cândido) vai querer ganhar um , diz um dos relatórios da PF. Procurado ontem pelo Estado, o deputado negou-se a dar entrevistas.

PATRIOTISMO

No final da tarde, o político publicou uma nota em seu site, na qual se defende. Minha ação foi estritamente dentro da legalidade , afirma. Na condição de parlamentar ligado ao desenvolvimento econômico, simplesmente colaborei na agenda de um empresário que estava interessado em fazer investimentos no território nacional , justifica Cândido, sobre a ajuda a Berezovski.

O deputado argumenta que, na época, não havia qualquer medida judicial contra Boris Berezovski no Brasil . Em julho, a Justiça Federal decretou a prisão do russo e dos iranianos Kia Joorabchian e Nojan Bedroud.

Vicente Cândido diz ainda que os problemas internos do Corinthians não são de sua competência. Garante que está acompanhando as denúncias pela imprensa e que espera punição dos culpados e absolvição dos inocentes. O deputado também nega ter feito lobby para resolver pendências do Corinthians com a Receita Federal, como mostrou a TV Record no último domingo. Simplesmente indiquei a dirigentes da agremiação esportiva dois advogados tributaristas: os doutores João B. Jacob e Claudio Berenguel Ribeiro, que poderiam cuidar legalmente do parcelamento das dívidas.