Desaceleração americana afetará a América Latina

12 de dezembro de 2007 11:44

O impacto de uma desaceleração dos EUA na AL foi subestimado, escreveram em um comunicado distribuído ontem, Gray Newman, principal economista da América Latina para o Morgan Stanley, e o analista Daniel Volberg. O banco prevê que a economia dos EUA, a maior do mundo, e o maior mercado para as exportações latino-americanas, irá se contrair no primeiro semestre do ano próximo, à medida que o consumo decresce.
Uma desaceleração nos EUA poderá pôr à prova se as medidas dos governos da AL de impor uma disciplina orçamentária e monetária, e diversificar os mercados de exportações foram adequadas para salvaguardar o crescimento no longo prazo, após quatro anos de exportações sem precedentes de matérias-primas, e custos baixos de endividamento, disse Newman.
“Descobrimos que a maioria dos melhoramentos na região, desde que começamos a observar a abundância em 2003, vieram de fatores externos”, disse Newman em uma entrevista por telefone de Boston. “Portanto, se ocorrer uma recessão nos EUA em 2008, a América Latina enfrentará a primeira prova importante do desacoplamento.”
O México envia mais de 80% de suas exportações para os EUA. O Brasil, que se tornou demasiadamente dependente das vendas de matérias-primas no exterior, poderá experimentar uma desaceleração no crescimento de 5% na atualidade, para 3% , caso o achatamento da expansão americana prejudique a demanda por matérias-primas. O Morgan Stanley é a segunda maior empresa de serviços financeiros dos EUA.

Acusações à Bear Stearns
A Bear Stearns , a segunda colocadora americana de bônus respaldados em hipotecas, e sua filial hipotecária EMC Mortgage, foram acusadas de atuar de forma predatória na prestação de serviços hipotecários, prejudicando especialmente credores hispânicos e negros. “A EMC, de forma rotineira e sistemática, geriu mal os empréstimos hipotecários de hispânicos e de afro-americanos cobrando deles comissões não autorizadas”, disseram quatro clientes em uma ação ajuizada em um tribunal federal do Connecticut.