Dia decisivo
Para garantir o máximo de participação possível, os universitários convocarão os colegas em sala de aula. Os líderes do movimento se comprometeram a informar aos representantes da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, às 15h, o resultado da assembléia e se a ocupação continua ou não. A partir desse encontro, a PF decide como fará cumprir a ordem judicial de reintegração de posse do prédio, expedida na sexta-feira pela juíza substituta da 17ª Vara do Distrito Federal Cristiane Pederzolli. Ela estipulou multa de R$ 5 mil por hora de desobediência à determinação.
Na manhã de ontem, o quarto dia de ocupação da reitoria pelos estudantes, representantes da PF, dos manifestantes e seus advogados reuniram-se na sede da Associação dos Docentes da UnB (AdUnB). Os universitários relataram à superintendente da PF em Brasília, Valquíria Souza Teixeira, e ao delegado federal Sérgio Menezes que até ontem não tinham recebido uma proposta concreta da cúpula da universidade. A PF reconheceu a importância do movimento, mas informou que precisa cumprir a reintegração de posse, contou o estudante e integrante da comissão de negociação, Raul Cardoso. Entramos na Justiça na tentativa de cassar essa decisão, mas o pedido foi indeferido, lamentou.
A superintendente da PF, Valquíria Souza Teixeira, não quis comentar o encontro de ontem, mas afirmou que a reunião foi positiva. Precisamos cumprir a decisão judicial, mas estamos buscando um desfecho pacífico para esse impasse, limitou-se a dizer. Segundo os universitários, os federais entendem a relevância de deixar os manifestantes no prédio pelo menos até hoje, quando os demais alunos estarão na UnB. É uma oportunidade de saber como os estudantes que não estão acampados sentem-se em relação a esse movimento. O rumo da manifestação será decidido com eles, explicou a coordenadora-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Carla Gamba. Acertamos que, após realizar a assembléia, vamos nos reunir com a Polícia Federal, às 15h. Na ocasião, será relatado o que decidimos democraticamente, acrescentou Carla.