Dia Internacional da Mulher
Visando sempre proporcionar bem-estar ao filiado, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) premiou a Delegada mais antiga ainda em atividade na Polícia Federal com uma viagem à cidade de Buenos Aires, capital da Argentina. A Delegada será, ainda, homenageada no almoço mensal da Diretoria Regional do Rio de Janeiro e Sindicato dos Delegados, no dia 8 de março, com uma placa comemorativa, confeccionada pela ADPF, por sua trajetória na Polícia Federal que já tem 44 anos.
A paraense Maria Christina Dourado e Silva ingressou na corporação em 1969, com 21 anos, em uma época onde o ingresso na carreira era realizado mediante o concurso para Inspetor, havendo poucos delegados oriundos da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que optaram por trabalhar no recém-criado Departamento de Polícia Federal, apenas doze delegados formaram a primeira turma. Somente em 1977 o cargo passou a ser chamado de Delegado. Em entrevista, a Delegada Maria Christina, hoje lotada no Rio de Janeiro, revela como era a corporação na década de 70 e destaca algumas dificuldades encontradas pelos Inspetores.
Sobre o concurso da PF, a Delegada conta que antigamente era mais fácil conseguir passar. “O concurso hoje está muito difícil em comparação com o da época em que entrei, e essa dificuldade só tende a aumentar”, diz a delegada. Maria Christina revela também que preconceitos em relação às mulheres existiam naquela época dentro da Polícia Federal, mas afirma que nunca sentiu. “Algumas amigas diziam que havia preconceito com elas, contavam, também, que a PF não gostava de mulheres na atividade, mas eu mesma nunca senti, mesmo sabendo que existia”.
O diretor regional da ADPF no Rio de Janeiro, Márcio Derenne, admira Maria Christina e destaca algumas características da Delegada: “A Christina é exemplo para todos. Seja homem ou mulher, todos a admiram”. Sobre a aposentadoria, Derenne complementa: “Ela poderia, com certeza, estar aposentada, mas, não, vem trabalhar todo dia feliz, sorridente, sempre disposta”, conta o diretor.
Já o Delegado Paulo Roberto Falcão Ribeiro, que trabalha com Maria Christina, revela como a Delegada é no dia a dia. “Ela sempre chega cedo ao trabalho, é rigorosa e eficiente”. Segundo Falcão, Christina foi a Delegada que mais relatou inquéritos em 2012. Ficou três meses em missão fora, em Cuiabá (MT), e, mesmo assim, superou os demais Delegados da região. Maria Christina confirma, mas diz que não gosta de receber homenagens, elogios e afins; diz que se sente nervosa.
A Delegada conta, ainda, que não faz questão de títulos e prêmios, mas que adorou a viagem oferecida pela ADPF a Buenos Aires. “A Associação disponibilizou translado e passeios. Visitei locais turísticos e a casa denominada ‘Señor Tango’, dentre outros passeios. Foi ótimo”, ressalta. Sobre conciliar a vida profissional e particular na época de Inspetora, quando era casada com um também Inspetor, a Delegada revela que contou com o apoio da mãe e de doméstica, que a ajudaram muito, já que, segundo ela, nunca foi boa dona de casa.
Aos 65 anos, Maria Christina recebeu um comunicado informando sobre sua aposentadoria compulsória, segundo as normas que regem o DPF. Para a Delegada, “essa lei vai na contramão da atualidade, nos dispensa antes da verdadeira compulsória”. Já que não queria se aposentar, Maria entrou na Justiça, com a ajuda da ADPF, e conseguiu reverter a decisão. “Por isso, principalmente, e por muitas outras benfeitorias, que eu agradeço à ADPF. Esteve sempre presente”, conta. Sobre a atual gestão da ADPF, com presidência de Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, a Delegada Christina declara que, “apesar de novo, Ribeiro tem capacidade e está realizando um excelente trabalho à frente da Associação”, finaliza.