Doações da Renascer não vão para entidades assistenciais, diz promotor

23 de outubro de 2007 13:08

“Nada é destinado a essas entidades. Depois da busca e apreensão nessas unidades, a inferência que se faz é que não vai nada para elas”, disse Mendroni.

Segundo ele, os fundadores da Igreja Renascer, Sônia e Estevam Hernandes, se defendiam das acusações de lavagem de dinheiro com o argumento de que repassavam o dinheiro arrecadado com as doações para essas entidades.

“Eles nunca revelaram quanto é arrecadado com as doações que acontecem até hoje. Para se defenderem das acusações de lavagem de dinheiro, estelionato e criação de empresas de fachada, alegavam que as doações iam para as entidades. Constatamos que isso não acontece”, afirmou o promotor.

Mendroni afirmou que as buscas nessas entidades produziu provas contrárias à defesa do casal Hernandes nos processos que tramitam contra eles no Brasil. “O objetivo era produzir uma prova positiva, mas foi uma prova contrária aos argumentos utilizados por eles.”

Procurada pela reportagem, a assessoria da Renascer informou que vai se pronunciar até o final do dia das acusações feitas pelo promotor.

Segundo Mendroni, as entidades visitadas passam por dificuldades financeiras e seus custos são arcados por doações de pessoas físicas. “Existem livros que mostram essas doações. E não tem relação com o dinheiro das doações dos fiéis na igreja.”

Para o promotor, essa prova contrária leva a um outro questionamento. “Se as doações não vão para a entidade, quem fica com elas? Pela evolução patrimonial deles [casal Hernandes”>, algumas conclusões podem ser tiradas.”

Prisão

Estevam e Sônia Hernandes foram condenados em agosto pela Justiça americana por entrar nos Estados Unidos com dinheiro não declarado. Eles vão cumprir 140 dias de reclusão, mais cinco meses de prisão domiciliar e mais dois anos de liberdade condicional.

Estevam cumpre primeiro a pena do período de reclusão, enquanto Sônia cumpre a prisão domiciliar. O juiz americano Federico Moreno decidiu dessa forma para que um possa cuidar da família enquanto o outro estiver cumprindo o período de reclusão. Além disso, a Justiça decidiu que cada um deverá pagar uma multa de US$ 30 mil.

Fonte: Folha de São Paulo