Dois empresários são indiciados pela PF

30 de maio de 2008 10:06

Os dois são acusados de oferecer propina de até R$300 mil para funcionários da Coordenação de Logística do ministério facilitarem a vitória da empresa Encomenda de Transportes de Cargas Pontual na concorrência. A empresa vencedora teria como responsabilidade a distribuição de medicamentos do ministério em todo o país. A Pontual pertence a Gonçalves de Oliveira.

Órgão tinha sido renovado após Operação Vampiro
A operação foi batizada pela PF de “Carga bruta”. O inquérito será encerrado na próxima semana, mas a polícia poderá ainda investigar contratos da Pontual em outras áreas do governo federal. De acordo com as investigações, Gonçalves e Vieira tentaram convencer a integrantes da Coordenação de Logística a elaborar um edital com exigências técnicas que só a Pontual, uma grande empresa de transportes com sede em Brasília, teria condições de atender. As negociações entre os empresários e os servidores teriam sido conduzidas por Vieira.

A PF registrou pelo menos quatro encontros em que o empresário teria oferecido propina aos funcionários. No primeiro encontro, no sede do ministério, em 16 de janeiro deste ano, Vieira teria prometido uma comissão de R$100 mil, caso a Pontual viesse a vencer a licitação. Nos demais encontros, aumentou a oferta para R$300 mil. No mesmo dia do primeiro encontro, o Ministério da Saúde acionou a PF, que gravou os encontros entre o empresário e os servidores do ministério. Para não prejudicar a licitação e a distribuição de medicamentos no país, a PF agiu antes de a fraude se consumar.

A Coordenação de Logística foi totalmente renovada em 2004, após a Operação Vampiro, um dos maiores escândalos do primeiro governo Lula.