Dualib: escutas não são prova

13 de setembro de 2007 11:02

O presidente licenciado do Corinthians, Alberto Dualib, réu em processo na Justiça Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha no caso da parceria com a MSI, afirmou que as escutas telefônicas da Polícia Federal não servem de prova contra ele. Em sua avaliação, as conversas telefônicas seriam apenas exercício de retórica e ficção, porque a realidade costuma ser bem diferente.

Posso falar que o que me aconteceu é desagradável, como esse negócio de escuta telefônica , afirmou o dirigente, de 86 anos, em entrevista concedida ontem à rádio CBN, em São Paulo. No telefone, 95% do que se fala não acontece e isso não serve de prova , alegou o cartola que comandou o clube por mais de uma década. No telefone, todo mundo fala tudo. Fala muitas vezes coisas que não deve falar e que não acontece. .

Em diálogo gravado pela Polícia Federal em julho deste ano, divulgado ontem pela TV Globo, Dualib fala com o empresário Renato Duprat, intermediário da parceria com a MSI, sobre possível compensação financeira, se ele conseguisse abrir as portas do Corinthians para um empresário israelense, Pina Zahavi, supostamente interessado em também entrar no mercado esportivo do Brasil. O clube paulista poderia ser a opção mais viável.

Ele tendo o jogador que ele quer projetar, a gente põe no Corinthians em exposição , diz um trecho da conversa (veja ao lado) gravada pela Polícia Federal com autorização judicial.

O dirigente afastado há mais de um mês também rebateu, ainda à rádio CBN, acusações sobre lavagem de dinheiro. Disse que o dinheiro da parceria com a MSI entrou no País legalmente, através do Banco Central, e que a conversão cambial (de dólares para Real) foi feita pela banco Bradesco, sem qualquer irregularidade.

O cartola disse que, se ocorreu pagamento de jogadores no exterior, a responsabilidade foi da MSI. Isso é uma coisa que quem deveria explicar é a MSI , desconversou. Se houve, foi da parte dela. Mas eu não acredito, porque isso é uma coisa muito difícil. Comentários existem, não posso negar.

PROCESSO

O ex-vice-presidente de futebol Rubens Gomes irá processar Vampeta, que ironizou a presença do dirigente ao lado de policiais do Deic, na operação de busca e apreensão na sede do clube na semana passada. A única coisa que me surpreendeu foi o Rubão estar junto da polícia. Não sei se estava lá para acompanhar ou ir preso junto , disse o jogador. Rubão não gostou do comentário. Vou processá-lo , avisou. Ele é funcionário do clube e precisa me respeitar. Não lhe dei essa liberdade , afirmou o cartola, que classificou de ingratidão o comportamento do jogador.