“É preciso fortalecer as corregedorias”, diz diretora da ADPF

25 de agosto de 2021 14:25

Indagada pelo deputado Arthur Maia (DEM-BA), relator da PEC 32/2020, da reforma administrativa, sobre a avaliação do concursado depois que ele entra na polícia, em relação à sua conduta, se isso deveria ser parte do concurso, a diretora regional da ADPF-SP, delegada Tania Prado, disse que já há, pelo menos dentro da Polícia Federal, uma cultura de intolerância e punição a comportamentos de servidores, considerados inadequados. E que na própria academia, durante o curso de formação, os candidatos são testados em relação a comportamentos inapropriados. Além disso, na fase do estágio probatório, o concursado também é avaliado nesse aspecto.

Ao discorrer sobre os diversos casos de conduta inadequada, a delegada chamou a atenção para a ausência de proposta – na reforma administrativa – quanto ao fortalecimento das corregedorias dos órgãos públicos. Tania citou como exemplo, casos recentes de policiais que utilizam o uniforme de trabalho para produzir materiais de cunho ideológico e político-partidário.

Para a delegada, esse tipo de conduta precisa ser combatido severamente no serviço público. “São esses casos esdrúxulos que tem que ser olhados na reforma administrativa e, não a punição de situações abstratas que não são concretamente vistas no dia a dia do policial”. Segundo Tania, situações como essa, não podem passar impunes aos administradores públicos. “O Legislativo também precisa estar atento a isso”, falou.

O assunto foi tratado durante bate-papo virtual promovido, nesta segunda-feira (23), pelo escritório Innocenti Advogados sobre a reforma administrativa. Além do deputado Arthur Maia, o evento contou com a participação do deputado Rui Falcão (PT-SP) e de representantes de entidades das carreiras típicas de Estado.