Eike Batista critica operação Toque de Midas

15 de julho de 2008 10:47

Em uma rápida conferência com investidores e analistas de mercado, Eike disse que contratou o ex- ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos para protocolar um ofício ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal (PF), questionando as acusações. O empresário falou ontem pela primeira vez depois da operação, deflagrada pela PF na sexta-feira, que investiga supostas irregularidades da MMX, empresa do grupo, na licitação de uma ferrovia no Amapá.

A conversa contou com os presidentes das empresas da holding EBX, como OGX, MMX e MPX. Eike afirmou que teve acesso aos documentos da PF. “Somos transparentes. E vamos ajudar a Polícia Federal nas investigações. Isso é um erro gigantesco. As acusações são infundadas”, disse Eike, segundo um analista que participou da conferência.

– Estou olhando o material, mas não tenho data para entregar o ofício ao Ministério da Justiça – disse Thomaz Bastos.

O empresário detalhou parte das investigações da PF. Eike negou que um funcionário da companhia tenha feito tráfico de influência com o governo do Amapá para vencer uma licitação. O empresário refutou ainda as acusações de desvio de ouro. Eike afirmou que a mina de ouro Pedra Branca do Amapari, a 300 quilômetros de Macapá, foi vendida em 2003, e que as investigações apontam irregularidades entre 2004 e 2006.

“A licitação da Estrada de Ferro do Amapá ocorreu dentro das normas. As pessoas cometem enganos. Tive de interromper minhas férias no exterior, pois tive minha casa invadida. As acusações são arbitrárias”, afirmou Eike, segundo um dos especialistas que participaram da conferência.

O empresário disse estar confiante na conclusão da venda de 70% da MMX Amapá e de 51% da MMX Minas-Rio para a Anglo American, que foi anunciada em janeiro, por US$5,5 bilhões, e será efetivada nos próximos dez dias. Para ele, “o negócio vai continuar como está”. Porém, Eike ressaltou que “o pior cenário seria a saída da Anglo American”. A presidente da mineradora anglo-sul-africana, Cynthia Carroll, disse, em comunicado, que tem confiança em seus parceiros brasileiros. “A MMX prometeu sua total cooperação conosco e iremos analisar as informações fornecidas assim que as recebermos. Minha expectativa é de que estas questões sejam resolvidas satisfatoriamente”.