Em 24 horas, Caraíbas sofreu 162 tremores

13 de dezembro de 2007 10:07

A terra tremeu 162 vezes no entorno da comunidade de Caraíbas nas primeiras 24 horas após a ocorrência do tremor de 4,9 graus na escala Richter, por volta de 0h03 do domingo. Só na primeira hora após o abalo sísmico, foram 42 tremores.
Esses são os primeiros resultados das análises dos técnicos do Observatório Sismológico da UnB (Universidade de Brasília). Eles foram apresentados pelo chefe da unidade, Lucas Barros, e pelo geólogo Cristiano Chimpliganond.
A maior magnitude desses tremores foi de 1,9 ponto. E a intensidade foi de 2 na escala Mercalli, que vai de 1 a 12 -no domingo, a intensidade foi de 7.
Segundo Barros, a área atingida pelo tremor foi de 6 km. O epicentro foi Caraíbas. Nos tremores que se seguiram, o epicentro deslocou 1,2 km.
Os técnicos da UnB dizem que os tremores de baixa intensidade já eram esperados e que é normal que ocorram logo após um de maior intensidade. Os abalos “vão continuar acontecendo, mas com a tendência de diminuírem com o tempo”, segundo o chefe da unidade.

Fazenda
Um dia após oferecer ao governo federal, para desapropriação, uma fazenda em que tem participação societária como solução para os desabrigados, o prefeito de Itacarambi (662 km de Belo Horizonte), José Ferreira de Paula (DEM), recuou após as críticas da oposição, admitiu ter sido “infeliz” e definiu a área em que as 76 famílias vão morar. Apesar de dependentes da roça, elas terão que sair da zona rural.
Em reunião com o representante da Cohab, a companhia urbanizadora do Estado, que arcará com o custo das construções das casas, De Paula anunciou que vai doar um terreno que a prefeitura comprou há cinco anos, no bairro São José.
O prefeito disse que não foi possível alojá-los no campo. “Terra para comprar tem, mas a prefeitura não tem dinheiro. O ideal seria uma propriedade rural, mas a decisão é até mesmo contra a vontade da gente.”
Até fevereiro, as casas precisam estar prontas para que as creches estejam desocupadas, e as crianças possam voltar para a escola. O prefeito negocia a compra de mais 20 hectares para ampliar o loteamento.
O anúncio, feito ontem à tarde, foi também uma forma de dar um fim à história de sua fazenda. De Paula afirmou anteontem que a propriedade, “avaliada pelos sócios em R$ 2 milhões, mas que poderia ser vendida até por R$ 1,5 milhão”, poderia se transformar em uma agrovila para os desabrigados.
Ele disse que o governo federal poderia comprar o terreno de 620 hectares, a 10 km do centro da cidade. A área foi comprada da construtora Andrade Gutierrez, segundo ele, por 14 pessoas. Ele e a filha têm parte no negócio.