Em Congresso, delegados reformam estatuto e traçam estratégias de reivindicações

5 de novembro de 2021 15:38

O VIII Congresso Nacional dos Delegados de Polícia Federal (CNDPF) se encerrou com a deliberação de pautas internas e de defesa da Polícia Federal e encaminhamento de estratégias de reivindicações da categoria. Entre as pautas, houve duas Assembleias Gerais Extraordinárias (AGEs), com transmissão online para associados de todo o Brasil, no terceiro e último dia do evento, ocorrido na Ilha de Comandatuba, Una – Bahia. O Congresso ainda celebrou os 45 anos da entidade de classe fundada em 29 de outubro de 1976.

Na primeira Assembleia foram encaminhadas estratégias da campanha salarial e demais reivindicações trazidas pela categoria durante os debates realizados no decorrer do VIII CNDPF. Na segunda AGE, delegados de Polícia Federal deliberaram por alterações no Estatuto da ADPF. Foram 11 itens colocados em votação, dos quais, 6 foram aprovados e 5 rejeitados por não alcançarem 2/3 de votação necessária para aprovação. Clique aqui para conferir as alterações.

O Congresso

Foram três dias de palestras, deliberações internas e discussões de temas que são acompanhados pela entidade no Congresso Nacional. Para o presidente da ADPF, delegado Edvandir Paiva, o VIII CNDPF foi um evento histórico, especial e marcado por reencontros.

“Tivemos debates muito substanciosos na revisitação dos enunciados da ADPF. Apresentamos palestras sobre matérias que interessam a investigação em tramitação no Congresso Nacional. Realizamos de maneira histórica duas assembleias gerais com associados presentes e outros com participação remota. Reformamos alguns pontos do estatuto e indicamos os caminhos da ADPF para novas batalhas. E tratamos das nossas reivindicações mais urgentes também. Além disso, foi bonito ver o reencontro dos delegados e delegadas, depois de um período de afastamento em função da pandemia ou mesmo após muitos anos. Alguns não se viam desde a academia. Para a coesão da ADPF isso é muito importante. Os objetivos do VIII CNDPF foram plenamente alcançados. Estamos orgulhosos de termos promovido o maior evento dos delegados federais a um mês do fim da missão da atual diretoria. Em um período em que se costuma tratar apenas de transição de gestões, estamos realizando e honrando até o último dia o compromisso para com a classe”, disse Paiva.

Presente no encerramento do Congresso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, delegado federal Anderson Torres, falou aos associados do trabalho à frente da pasta. “Estamos lutando muito por uma recomposição salarial para os policiais federais, rodoviários federais, Depen, MJSP. Dr. Paulo Maiurino [atual diretor-geral da PF] já trouxe algumas propostas pra gente discutir e estamos chegando num meio termo. Assim que fechar, essa proposta irá tramitar no âmbito do MJSP. Não vai ser fácil, mas vou me esforçar ao limite”, afirmou.

O vice-presidente e, agora, presidente eleito da ADPF, Luciano Leiro, parabenizou a organização do Congresso e disse que o delegado Edvandir Paiva merece ser brindado, no final da sua gestão, por um evento como esse de união dos delegados. “Vamos levar essa alegria e essa disposição para as lutas que teremos em diversos pontos daqui pra frente, a partir de 4 de dezembro, quando estaremos juntos, com todos vocês, nessas batalhas”, disse.

Para o coordenador-geral do VIII CNDPF, Rony Silva, diretor regional da ADPF-BA, o evento foi histórico e diferenciado, pelo momento, pela grandiosidade e por proporcionar o reencontro dos associados após um longo período de afastamento em decorrência da pandemia do coronavírus.

“Por tudo isso e pela forma como ele se concretizou com a confraternização dos colegas, com efetivação das entregas, duas assembleias realizadas, pautas importantes discutidas, acho que fica para história da ADPF com o legado de um serviço bem prestado, de uma administração que se encerra, que foi muito correta e direta com a classe e que sai com uma aprovação excelente entre os colegas”, afirmou.

Segundo o delegado, o Congresso foi um momento em que todos celebraram essa reta final de gestão e reafirmaram os compromissos da ADPF em sempre estar presente, junto aos associados, para defender os seus interesses e lutar pelo que entendem ser o correto.

De acordo com Rony Silva , a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública foi muito importante, principalmente num momento em que a categoria discute recomposição salarial e melhorias que beneficiem e tragam valorização aos servidores da Polícia Federal.

Pautas

Para falar aos participantes do VIII CNDPF sobre o novo Código de Processo Penal, foi convidado o delegado de polícia e deputado federal João Campos (Republicanos-GO), relator do projeto, e o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol do Brasil), Rodolfo Laterza, delegado de polícia que tem sido chamado a contribuir sobre o assunto, no Congresso Nacional.

O delegado de Polícia Federal Edson Garutti, coordenador-geral de Articulação Institucional da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), atualizou os associados sobre o projeto de revisão da lei de lavagem de dinheiro, cuja análise está parada na Câmara dos Deputados.

Os deputados federais Marcelo Freitas (PSL/MG), Pablo Oliva (PSL/AM) e Felício Laterça (PSL/RJ), também delegados de Polícia Federal, estiveram no evento falando das suas atuações na Câmara dos Deputados.

Outra pauta que os associados se debruçaram foi a discussão das estratégias referentes aos enunciados aprovados no Congresso de Vitória (ES), em 2014, dos quais se suscitaram medidas para reivindicações da categoria.

Fotos: João Marcos/ADPF