Em nova fase da Operação Acrônimo, Polícia Federal mira sobrinho de Pimentel

13 de setembro de 2016 12:18

Nesta terça-feira (13/9), acontece a 7ª fase da Operação Acrônimo, coordenada pela Delegada Federal Denisse Dias Rosas Ribeiro. A Polícia Federal investiga um esquema de corrupção envolvendo a liberação de empréstimos do BNDES em troca de pagamento de propina para o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). O alvo principal da operação é o sobrinho do governador, Felipe Torres, noticiou o jornal Estadão, nesta terça-feira (13/09), (http://zip.net/bwtr0W).  

 

O jornal Folha de S. Paulo também noticiou, nesta terça-feira (13/09), – (http://zip.net/bytsYl), que Felipe Torres é suspeito de ter recebido propina da montadora Caoa, em troca de intervenções feitas por Pimentel no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em favor da empresa. A sede nacional da rede de restaurantes Madero, em Curitiba, também foi alvo de buscas. A investigação aponta que o dinheiro teria sido usado por Amaral para abrir no interior de São Paulo uma hamburgueria gourmet –que pertence à rede– do qual seu tio é sócio oculto.  

 

No dia 12 de maio, Benedito Oliveira, o Bené, apontado como operador de Pimentel e que firmou acordo de delação premiada, relatou em depoimento à Delegada Federal Denisse Dias Rosas Ribeiro, que naquele ano Pimentel o procurou e comentou sobre 'solicitações' que vinha recebendo do sobrinho do governador sobre a necessidade de aporte financeiro para abrir um restaurante em Piracicaba. Bené disse a delegada que informou o então candidato ao governo de Minas que “a única quantia disponível naquela oportunidade era de cerca de R$ 800 mil transferidos pela empresa Caoa para conta da empresa Color Print para pagamento de despesas da campanha eleitoral de 2014”.  

 

Segundo o delator, o valor era referente ao 'ajuste financeiro’ entre Pimentel e os acionistas da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade e Antonio dos Santos Maciel Neto. Tal 'ajuste' era correspondente a supostos benefícios que o petista teria concedido ao grupo empresarial quando ocupava a cadeira de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do governo Dilma Rousseff. O empresário Sebastião Dutra, dono da gráfica Color Print, teria, segundo a delegada Denisse Ribeiro, omitido notas fiscais falsas para uma das empresas envolvidas na construção do restaurante.   

 

De acordo com o jornal Estadão, quando foram citados na delação de Bené, em junho deste ano, os investigados se manifestaram sobre o assunto por meio de nota: “A CAOA repele com veemência qualquer irregularidade e reafirma que jamais contratou ou pagou, no Brasil ou no exterior, qualquer pessoa ou empresa para angariar vantagens junto a qualquer agente ou órgão público”, disse a empresa.  

 

Já  governador de Minas, Fernando Pimentel, defendeu-se por meio de seu advogado, Eugênio Pacelli: “A delação dessa pessoa, de conhecimento público e repercutida em doses homeopáticas, revela reiteradas mentiras e o desespero de quem está disposto a alimentar o imaginário acusatório e de prévia condenação do investigado”.  

 

A Polícia Federal cumpre seis mandados judiciais, sendo quatro de busca e apreensão e duas de conduções coercitivas em São Paulo, Paraná e Distrito Federal.