Entrevista com Sérgio Barboza Menezes
ADPF – Concorda em criar núcleos (gabinetes) de investigações, sempre que o efetivo comportar, com o mínimo de um Delegado, um EPF, e dois APFs, com PCFs designados para cada equipe, ainda que lotados nos respectivos SETECs? O DPF será o chefe imediato? Onde não for possível, haverá núcleos específicos por matéria?
Sérgio Barboza Menezes – Tal prática já é adotada na minha gestão como SRMG, tendo começado na Delegacia de Montes Claros, a partir de sugestão formulada pelo Dr. Marcelo Freitas.
ADPF – Fará gestões para dotar a PF de autonomia funcional e administrativa, tornando-a, definitivamente, em uma instituição independente, republicana, e de Estado?
Sérgio Barboza Menezes – Tal ação tem que está revestida de outras ações que reforçam essa importante medida e começa com uma Lei Orgânica onde ficam estabelecidos os pilares de uma Policial Federal forte que perpassa pela consolidação da hierarquia e disciplina, onde o delegado é o protagonista, por ser o detentor do comando do DPF.
ADPF – Valorizar os servidores administrativos?
Sérgio Barboza Menezes – Sim. Buscando-se criar um corpo administrativo próprio, desvinculando-se do serviço público geral.
ADPF – Buscará, em lei, ou por acordo com os demais atores da persecução criminal, a seletividade das investigações, priorizando o combate aos crimes mais graves?
Sérgio Barboza Menezes – Já fazemos isso no nosso dia-a-dia. Hoje dedicamos nossos esforços operacionais para os crimes de desvios de recurso público, tráfico de entorpecentes e outros de maior repercussão regional.
ADPF – Será mantida a atual estrutura da PF como Polícia Administrativa – PA e Polícia Judiciária – PJ, com a definição de prioridades de gestão, ou será separada a PA da PJ em dois segmentos com comandos distintos; ou, pretende promover alguma ação para retirar a PA das atribuições da PF, e nesse caso como seria posto isso em pratica? Para quais órgãos iriam essas atribuições e o que seria mantido na PF?
Sérgio Barboza Menezes – Precisamos discutir melhor nossas atribuições. Hoje quase 60% do nosso orçamento e grande parte do recurso humano estão direcionados a nossa polícia administrativa em detrimento da PJ. Temos que inverter essa lógica perniciosa.
ADPF – Promoverá gestões para implementar o que ficou definido no Congresso dos Delegados em Vitória, ocorrido este ano?
Sérgio Barboza Menezes – São anseios importantes que devem ser discutidos de forma pontual com a categoria dos delegados. Entendo que o mais importante é consolidar as nossas prerrogativas numa Lei Orgânica.