Esquema de tráfico e lavagem de dinheiro envolvia 7 países
Ele investia o lucro em seis Estados brasileiros – Rio, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas.
Segundo o delegado Fernando Franceschini, da PF, o esquema montado pelo cartel começava com o refino de cocaína e heroína em cerca de 50 laboratórios da Colômbia. Dali, a droga era enviada para o México, onde os integrantes do grupo mantêm contato com os cartéis de Juarez e de Tijuana, que se responsabilizam pela entrada do produto nos Estados Unidos. Na Europa, os colombianos entregavam as drogas à máfia da Galícia, na Espanha, que cuidava da distribuição na União Européia. O cartel chegou a construir um submarino com capacidade para levar 10 toneladas de droga para os Estados Unidos – a embarcação foi apreendida em 2005.
O cartel transferia do México e da Espanha o dinheiro ganho com o tráfico para o Banco da República, no Uruguai. André Telles Barcellos, Elaine Barcellos e Milareth Torres Lozano, presos ontem na operação da PF, eram encarregados de lavar o dinheiro e encaminhá-lo ao Brasil, onde era investido em imóveis, empresas, na compra de veículos, lanchas e artigos de luxo.
Ao todo, a PF cumpriu 28 mandados de busca em seis Estados e prendeu 10 brasileiros e 3 colombianos que faziam parte da quadrilha. Quatro colombianos não localizados ontem foram declarados foragidos.
Esse trabalho de cerco à lavagem de dinheiro levou a polícia colombiana a apreender US$ 80 milhões em ouro e dólares escondidos em uma propriedade de Abadía no início do ano. Apesar de a PF afirmar que, no Brasil, Abadía só lavava dinheiro , o governo americano acredita que o colombiano ainda controla centros de distribuição de drogas em Houston e San Antonio, no Estado do Texas, nos Estados Unidos.