Esquema foi investigado por polícia e fiscais durante 2 anos

17 de outubro de 2007 07:00

Segundo o juiz Alexandre Cassetari, da 4ª Vara Federal Criminal, que assinou os mandados, as prisões têm caráter preventivo para evitar que as investigações sejam prejudicadas com a fuga dos envolvidos.

Em nota, Cassetari informa que as beneficiárias do esquema seriam as empresas Cisco System, Inc. (como exportadora, nos EUA) e a Cisco do Brasil Ltda. (importadora), que operava com auxílio direto da fornecedora Mude Comércio e Serviços Ltda. e de outras empresas americanas e brasileiras, reais e fantasmas, utilizadas como intermediárias nas importações.

De acordo com ele, as empresas se valiam de documentos falsos em que subfaturavam preços de produtos, ocultando os reais importadores e exportadores. Tudo para conseguir pagar menos tributos. O esquema funcionou com a participação de fiscais da Receita Federal que também foram presos.

Segundo a investigação, parte da importação era feita pelo aeroporto de Salvador (BA).

Os investigados foram divididos em três grupos. No primeiro deles estavam 20 “chefes”, representantes legais da Cisco do Brasil e da Mude.

“Além dos fortes indícios de suas participações nos delitos, seu grau de atuação na quadrilha poderia atrapalhar a investigação”, afirma Cassetari. Nesse grupo, apenas seis dirigentes escaparam de ir para a prisão.

No segundo grupo foram incluídos 13 gerentes e administradores que não figuram como sócios. Dez deles foram presos.

No terceiro time -o dos colaboradores- estavam oito sócios laranjas e seus 15 funcionários, quatro fiscais da Receita Federal, três despachantes aduaneiros e uma advogada.

Desse grupo, foram presos seis funcionários e todos os servidores públicos. Segundo Cassetari, os despachantes aduaneiros e fiscais são suspeitos de liberarem ilegalmente as mercadorias nos portos.

Além dos executivos atuais, o ex-presidente da Cisco Carlos Roberto Carnevale também foi preso sob a alegação de que ainda teria participação nas atividades da Cisco e da Mude.

Além das prisões, os escritórios da Cisco e da Mude foram interditados ontem para busca e apreensão de computadores, notebooks e outros equipamentos que servissem como “elementos de prova”. (FF e JW)