Estrangeiros foragidos são presos
A Polícia Federal informou ontem que dois foragidos internacionais foram presos no Brasil na última quinta-feira. Um deles, o chileno Carlos Rodrigues Toro, acabou detido em uma loja de um shopping em Brasília, ao ser flagrado tentando furtar objetos eletrônicos. O outro, o argentino David Julio Ricardo Gil, é acusado de produzir drogas no país vizinho e foi descoberto em Itaparica (BA). As prisões aconteceram com a ajuda de integrantes do Centro de Cooperação Policial Internacional, montado por causa da Copa do Mundo, que conta com agentes de 37 países. Desde o início do evento, o Centro avaliou mais de 600 documentos de estrangeiros.
O chileno foi preso pelas forças de segurança do DF, que compartilharam as informações com a Polícia Federal. Após repassarem os dados a policiais do Chile que estão no Centro de Cooperação, foi constatado que o homem tinha três mandados de prisão expedidos no país vizinho – dois por furto e um por invasão de domicílio – de acordo com o chefe da Interpol no Brasil, Luiz Eduardo Navajas. "O chileno entrou no Brasil em 2012 como turista e estava ilegal", contou Navajas. A prisão de Toro foi expedida por um juiz do Distrito Federal. Ele deve ser extraditado para o Chile.
Já o argentino David Julio, acusado de produzir entorpecentes no país vizinho, estava foragido desde 2010. De acordo com Navajas, as autoridades vizinhas avisaram ao Brasil que Gil poderia estar aqui há cerca de um ano e meio e, sem sucesso nas buscas, a Polícia Federal decidiu retomar o caso quando o centro foi formado. Um outro traficante mexicano também acabou preso desde o início do Mundial. "Estamos com trabalhos em curso para identificar outros foragidos", disse Navajas. Outros estrangeiros foram detidos por venderem ingressos.
A delegada da PF Tânia Fogaça contou que, além do centro fixo, há policiais estrangeiros nas 11 cidades sedes da Copa. Eles, em conjunto com agentes de segurança locais, fazem checagem de antecedentes criminais, confirmação de nacionalidade e verificação de passaporte. Já passaram pelo pente-fino mais de 600 documentos. "Muitos pedidos nasceram de prisões, como venda ilegal de ingressos, pequenos furtos, agressões", explicou.
Impedidos
A estimativa baseada na atuação de diversos policiais no país é de que menos 100 pessoas já foram deportadas desde o início da Copa. Além deles, há também estrangeiros impedidos de entrar no Brasil. Segundo Navajas, além de 2,1 mil argentinos que constam da relação de torcedores conhecidos como barras-bravas, com histórico de violência em estádios, mais 380 pessoas do país vizinho entrarão na lista.