Ex-ministro Antonio Palocci é preso acusado de relação criminosa com a Odebrecht em empréstimos

26 de setembro de 2016 09:40

  
A Polícia Federal prendeu, esta segunda-feira (26/09), o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci na 35ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "Omertà". A Lava Jato é coordenada pelo Delegado Federal Márcio Anselmo. A prisão de Palocci aconteceu no apartamento dele, localizado no bairro do Jardins, em São Paulo. Ele chegou esta manhã à sede da Polícia Federal e deve seguir no início da tarde para Curitiba, noticiou o jornal O Globo (http://zip.net/byttGP).  

 

Outros dois assessores de Palocci também tiveram suas prisões temporárias confirmadas. São eles Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete do então ministro da Fazenda, e Branislav Kontic, ex-assessor do petista na Casa Civil. De acordo com o jornal O Globo, a Polícia Federal também procura o empresário Milton Lyra, alvo de uma condução coercitiva. Lyra é apontado como um dos principais operadores do PMDB do Senado, especialmente ligado a Renan Calheiros.  

 

Palocci é mais um dos ex-ministros do governos Lula e Dilma a ser preso na Lava Jato. Ele foi ministro da Fazenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro da Casa Civil na gestão de Dilma Rousseff. Era um dos coordenadores da campanha do PT à Presidência e mantinha um escritório de consultorias. Na semana passada, Guido Mantega foi detido na 34ª fase da Lava-Jato, batizada de Arquivo X. O ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma foi solto no mesmo dia por meio de uma decisão de ofício do juiz Sérgio Moro.  

 

A atual fase da operação investiga indícios de uma relação criminosa entre Palocci com o comando de uma das principais empreiteiras do país, a Odebrecht. Segundo a PF, Palocci teria atuado diretamente como intermediário do grupo político do qual faz parte, gerando benefícios "vultosos" em valores ilícitos. As suspeitas sobre Palocci surgiram na delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ele disse que, em 2010, o doleiro Alberto Youssef lhe pediu R$ 2 milhões da cota de propinas do PP para a campanha presidencial da ex-presidente Dilma. O pedido teria sido feito por encomenda de Palocci, noticiou o portal G1 (http://zip.net/bfts6K).  

 

As investigações apontam ainda que entre as negociações estão tratativas do grupo Odebrecht com o ex-ministro para tentar aprovar o projeto de lei de conversão da Medida Provisória 460/2009, que resultaria em imensos benefícios fiscais, aumento da linha de crédito junto ao BNDES para um país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência em licitações da Petrobras para aquisição de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal.  

 

Ao todo, foram expedidos 45 mandados judiciais, sendo 27 de busca e apreensão, três de prisão temporária e 15 de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento e depois liberada. A operação ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.