Executivo da Odebrecht que teve prisão decretada na Lava Jato é preso na Suíça

24 de fevereiro de 2016 12:34

O executivo da empreiteira Odebrecht Fernando Migliaccio da Silva, um dos investigados na 23ª fase da Operação Lava Jato, está preso na Suíça, segundo confirmaram as autoridades do país europeu à Polícia Federal nesta terça-feira (23).

 

De acordo com a PF, Migliaccio está encarcerado desde a última quinta-feira (18) com base em ordem do Ministério Público Federal suíço. A Justiça do país realiza investigação autônoma sobre a Odebrecht .

 

A prisão de Migliaccio foi decretada na nova fase da Lava Jato, intitulada Acarajé, que foi deflagrada nesta segunda-feira (22). A prisão executada na Suíça não tem relação com o mandado expedido no Brasil, que era desconhecido pelas autoridades estrangeiras. 

 

A investigação de Migliaccio na Lava Jato tem por base evidências de que ele gerencia contas usadas pela Odebrecht no exterior para pagar propinas para autoridades do Brasil e de outros países. Ele se inseria, segundo os investigadores, no contexto de um grupo de pessoas subordinadas ao presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, que controlavam contas escondidas no exterior, em nome de empresas offshores como a Klienfeld e Constructora del Sur.

 

Durante as apurações da Lava Jato, foram encontrados e-mails de Migliaccio que sugeriam pagamentos destinados a autoridades argentinas da Secretaria de Transportes.

 

Migliaccio também havia editado uma planilha em que aparecem supostas informações operacionais do pagamento de propina da empreiteira. Entre esses dados havia uma menção a "Prédio IL", o que a Polícia Federal interpretou como uma referência ao prédio do Instituto Lula em São Paulo. O Instituto nega qualquer relação nesse sentido.

 

Além disso, há provas de que Migliaccio, assim como outro gestor das contas da construtora, mudou-se para o exterior logo após as buscas e apreensões feitas em escritórios da Odebrecht, em 19 de junho de 2015. A polícia suspeita que essa mudança foi parte de uma manobra orquestrada por Marcelo Odebrecht para dificultar as ações de investigação das autoridades brasileiras.

 

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