Exército ocupa vários pontos do Morro da Providência , no Rio

14 de dezembro de 2007 10:33

Nos próximos dias, começará a reforma das fachadas e dos telhados de 80 casas. Na segunda fase, serão mais 700. Segundo o coronel Carlos Alberto Neiva Barreto, do Comando Militar do Leste (CML), que esteve no local, o prazo para o término dos trabalhos é de 12 meses. Ele negou a informação de que as residências serão revestidas por argamassa a prova de balas.

A última vez em que o Exército esteve na Providência foi em março do ano passado, quando a favela foi ocupada por militares que estavam à procura de dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel em São Cristóvão. Após quatro dias de confrontos, as tropas deixaram a favela sem recuperar o armamento. O Exército também ocupou outras oito favelas, mas nada foi encontrado.

O Grupamento de Unidades Escola/9ª Brigada de Infantaria Motorizada cuidará da segurança do canteiro de obras, em conjunto com a Secretaria estadual de Segurança. O morro ficará ocupado pela polícia durante as obras.

Na segunda fase do projeto, a comunidade também atuará. Moradores já estão fazendo cursos profissionalizantes. De acordo com o CML, o custo total das obras é de R$12 milhões.

O morador Ernani de Miranda, de 44 anos, 30 no morro, é um dos que pensam em trabalhar nas obras. Mas ressalta:

– Eu quero participar, mas também estou pensando em quanto eles vão pagar. Quando o Exército esteve aqui pela última vez, trocando tiros com traficantes, cerca de 50 caixas d”água ficaram destruídas. Eles disseram que iriam pagar. Pagaram? Não.