Filho e amigo de Lula serão ouvidos em inquérito da PF

10 de agosto de 2007 12:01

A assessoria do filho do presidente informou que ele não se manifestaria até ser
notificado. A requisição do MPF é uma ordem que deve ser cumprida pela PF, explicou um policial envolvido no caso. As diligências determinadas pelo procurador são a oitiva de Lulinha e de Trevisan, o pedido do contrato social da Gamecorp à Junta Comercial e o envio de ofício à Telemar para que apresente documentos e contratos de patrocínio com a Gamecorp. A falta de estrutura da PF, subordinada em última instância ao presidente Lula, e a burocracia do Ministério Público podem ter beneficiado Fábio Luís. Do momento em que o vereador de Belém (PA) Iran Moraes (PA) encaminhou a representação pedindo apuração ao MPF no Pará, em 17 de fevereiro de 2006, até a abertura de
inquérito 1267/2007, em 29 de junho deste ano, passaram-se 16 meses e 12 dias (492 dias). A falta de pessoal é a explicação da Superintendência Regional da PF no Rio para a demora para instaurar a investigação. De acordo com policial ouvido pela Folha, a Delefaz (Delegacia Fazendária) contava na ocasião com apenas cinco delegados para cuidar de cerca de 9.000 expedientes.

A PF nega ter havido intenção de favorecer o filho do presidente. A PF também informou que não lhe coube a iniciativa da abertura do inquérito e atribuiu a medida ao procurador da República. O procedimento de apuração dos fatos ainda está no início. Até agora só foram solicitadas informações sobre a Telemar e a Gamecorp à Junta Comercial. A Telemar é concessionária de serviço público que tem entre seus sócios o BNDES. A Gamecorp detém seis horas de programação da Play TV. O ex-ministro José Dirceu (PT) fez críticas à Folha ontem em Aracaju. “Acho errado a Folha chamar ele de Lulinha. Ele não se chama Lulinha. Ele se chama Fábio Luís. É mais uma tentativa de se agravar aquilo que não precisa ser agravado.”

Colaborou a Agência Folha , em Aracaju