Garibaldi diz que houve invasão da PF
“Não pode haver uma invasão. No mínimo, os presidentes têm de ser notificados”, afirmou, por telefone, ao Estado, cobrando “respeito” às instituições.
Reportagem do Estado de sábado mostrou que em fevereiro a PF filmou o lobista João Pedro de Moura, aliado do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), no plenário da Câmara, nos corredores e entrando e saindo do gabinete de Paulinho.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que a PF pode fazer investigação no Congresso desde que haja pedido do Ministério Público e autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). “Vivemos em um Estado Democrático de Direito e é preciso autorização para investigar.” Já o senador Pedro Simon (PMDB-RS) cobrou explicações da PF e do Ministério da Justiça. “As informações de que diligências foram feitas na Câmara vão na contramão do que a PF e o ministério vinham afirmando. Ainda que a investigação seja sigilosa, é preciso que o presidente da Casa seja avisado.”
A ação da PF já causara atritos. Em abril, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), classificou-a de agressão ao Legislativo, por ser feita sem autorização. O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou violação à lei, alegando que se trata de um local onde qualquer pessoa podia filmar ou fotografar.
“A filmagem foi feita no corredor e não se violou a intimidade do plenário nem a privacidade dos gabinetes”, disse. “O acesso é público, mas deve ser analisado na medida em que a PF faz investigação, divulga foto e traz grau de suspeição sobre parlamentares”, rebateu Chinaglia.