Genro pede hoje a extradição de Cacciola

24 de setembro de 2007 10:45

Brunet-Fuster informou que a visita do ministro brasileiro não valeria de nada caso ele não apresentasse alguma documentação. Ainda assim, é pouco provável que Genro receba uma resposta positiva. A extradição de foragidos costuma ser tarefa de delegados da Polícia Federal e não de ministro de Estado. A íntegra da sentença de condenação de Cacciola, também traduzida, será entregue à Justiça de Mônaco até o dia 3 de outubro.

De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Justiça, a ida de Genro a Mônaco reforça o interesse do governo brasileiro no pedido de extradição de Cacciola e a importância da manutenção da prisão preventiva decretada pela Justiça de Mônaco. A nota informa ainda que a documentação levada pelo ministro atende à lei de extradição do principado, de 1999. No artigo 10, a lei prevê que “em caso de urgência, o Estado requerente pode pedir a prisão preventiva da pessoa procurada, na espera da apresentação do pedido de extradição”.

O escândalo financeiro envolvendo Cacciola ocorreu em 1999, durante o processo de desvalorização do real. O Banco Marka, sem capacidade de honrar os compromissos após a desvalorização do real, comprou dólar do Banco Central (BC) abaixo da cotação de mercado.

A ajuda do BC causou prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos. O Banco FonteCindam também teria sido beneficiado pela operação suspeita. Em 2005, a 6ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou o ex-banqueiro a 13 anos de prisão em regime fechado, por crime contra o sistema financeiro nacional. Cacciola ficou preso por 45 dias, mas foi libertado após um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello.