Infecção hospitalar

13 de dezembro de 2007 11:29

Sete funcionários de uma maternidade de Belo Horizonte foram condenados a penas que variam de cinco anos e meio a seis anos de prisão, em regime semi-aberto, pela morte de 16 recém-nascidos, vítimas de infecção hospitalar. A decisão é do juiz Rinaldo Kennedy Silva, da 5ª Vara Criminal da capital mineira. Cabe recurso.
As mortes ocorreram em 1999. De acordo com o Ministério Público, os acusados, seis deles membros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da maternidade, mais o diretor-geral da instituição, foram negligentes por não implementarem adequadamente o Programa de Controle de Infecção Hospitalar, o que resultou nas mortes dos recém-nascidos.
Em relatório de sindicância juntado aos autos, ficou comprovada a morte por infecção causada pela bactéria serratia marcescens, causadora da infecção hospitalar E também que a maternidade apresentava grande tendência ao surto, este chegando a seu pico na primeira quinzena de dezembro de 99. A sindicância apurou também que os programas de combate à infecção hospitalar eram inoperantes e agiam à medida que os problemas iam ocorrendo.
A defesa dos funcionários do hospital afirmou que era difícil controlar a proliferação da bactéria porque muitas pessoas passavam pelo local. O juiz considerou que o argumento não excluía a responsabilidade dos réus. Por mais que todo e qualquer hospital seja suscetível a infecções, elas podem ser evitadas ou minimizadas, se tomadas cautelas necessárias, o que não foi feito, disse.
O juiz destacou o descaso dos acusados, uma vez que não houve preocupação de interditar o berçário, e nem de transferir pra CTIs, com urgência necessária.
Os acusados negaram o crime. Afirmaram que agiram com toda diligência exigida, mas que foi impossível debelar o surto de infecções que atingiu a maternidade.