Instituições não governamentais defendem o combate à corrupção durante o VII CNDPF
O quarto painel do VII Congresso Nacional dos Delegados de Polícia Federal (CNDPF), realizado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) em Florianópolis (SC), discorreu sobre “O papel das Instituições Não Governamentais no Combate à Corrupção”.
Mediadas pelo Diretor Regional da ADPF no Distrito Federal, Delegado Federal Luciano Leiro, as palestras foram ministradas pelos representantes de movimentos sociais Carla Zambelli (Movimento Nas Ruas), Maurício José Miranda Vidal e Karla Dayrell de Oliveira (Movimento Brava Gente), além do Conselheiro da OAB/SP, Coriolano Aurélio de Almeida Camargo Santos, e do Delegado Federal Eduardo Mauat da Silva – que atuou na Operação Lava Jato.
“Eu acredito na isenção da instituição Polícia Federal. Acredito que é a instituição mais confiável hoje no país”. Essas foram as palavras de Carla Zambelli principiou sua exposição sobre “A Atuação dos Movimentos Sociais no Controle da Corrupção”. Ela cobrou engajamento de toda a sociedade nas pautas de defesa da Polícia Federal.
“Podem contar comigo e com o Movimento Nas Ruas para defender a autonomia da Polícia Federal”, reiterou a representante do movimento, que, em diversas manifestações de rua, reivindicou a aprovação da PEC 412/2009, a qual garante a autonomia da PF.
Em seguida, o Conselheiro da OAB/SP Coriolano Aurélio Santos, falou sobre a “Importância da Advocacia para o Estado Democrático de Direito”. O advogado defendeu a necessidade de relacionamento entre as instituições e lembrou que elas possuem um compromisso social.
“A missão das instituições é zelar pela família. Não adianta acharmos que estamos num patamar ideal se nós muitas vezes não nos desconstruirmos como pessoas, como seres humanos, tentando construir novos conceitos”, alertou Coriolano.
Conhecidos por militarem em favor da autonomia da Polícia Federal em Minas Gerais, os representantes do Movimento Brava Gente Maurício José Miranda Vidal e Karla Dayrell de Oliveira falaram sobre a “PEC 412/09 – A Principal Medida contra a Corrupção”.
“O que temos hoje é o começo, e a fórmula é avançar para outras cidades. É possível multiplicar o formato que temos aplicado em Belo Horizonte. Apoiadores em Minas Gerais querem avançar para outras cidades. Vamos trabalhar intensamente para que isso aconteça”, disse Vidal, que acredita na pressão popular como solução para a votação da matéria no Congresso Nacional.
Oliveira explicou que o Movimento Brava Gente atua de forma itinerante, colhendo assinaturas em diversos pontos da cidade. Segundo ela, a resposta da sociedade é sempre positiva em relação ao apoio à autonomia da corporação.
“É com muita alegria e orgulho que a gente repassa para vocês o que a gente encontra nas ruas todos os dias. As manifestações de apoio que a gente escuta diariamente são para vocês”, comemorou a representante do movimento mineiro.
A última palestra, “A Mensuração da Eficiência das Instituições Públicas pela Sociedade”, foi ministrada pelo Delegado Federal Eduardo Mauat da Silva, que convidou os colegas à reflexão sobre o papel conjunto da sociedade em apoio às instituições de combate à corrupção.
“Com a Operação Lava Jato despertamos o sentimento de civilidade que estava adormecido, mas é preciso que seja dada continuidade a isso. Este não pode ser um movimento que dure apenas algum tempo, que acabe assim como o carnaval, tem de ser permanente. Por isso a necessidade de interação com a sociedade, para que um sirva de estímulo ao outro”, ponderou Mauat.