Investigação secreta

19 de outubro de 2007 10:23

O encontro com os jornalistas teve outro objetivo: reafirmar a lisura dos trabalhos realizados pela Polícia Federal e renovar plena confiança nas atividades conduzidas pela delegada Júlia Vergara. Foi uma resposta as acusações do Ministério Público Federal sobre vazamento de informações.

A manifestação da delegada foi lida. Tem 13 itens sobre a operação, dos quais oito tratam dos conflitos com a força-tarefa da Procuradoria da Republica em Santa Catarina, com contestação oficial das afirmações sobre suspeição, transmissão de informação privilegiada ou vazamentos. Há uma declaração enfática de que todas as investigações da Polícia Federal, a começar pela gravação das conversas telefônicas, desde agosto de 2006, foram monitoradas pelo Ministério Público Federal.

O inquérito policial, segundo Vergara, compreende 23 volumes e 28 apensos, acompanhados de 60 caixas-arquivo, tudo enviado a Vara Ambiental da Justiça Federal.

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Confronto
A Operação Moeda Verde provocou um desentendimento inédito no Estado entre a Justiça Federal e o Ministério Publico Federal. Resultaram em decisões do juiz Zenildo Bodnar contra o procurador Walmor Moreira, e da força-tarefa da Procuradoria contra o titular da Vara Ambiental Federal. Agora, ficam evidenciadas também divergências entre a Polícia Federal e a Procuradoria Regional da República.

A delegada Júlia Vergara questiona, em seu pronunciamento, a coincidência de datas entre as suspeitas de vazamento levantadas pela força tarefa do Ministério Público Federal e o julgamento, pelo Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, de suspeição argüida pelos Procuradores contra o juiz Zenildo Bodnar. A ação foi rejeitada por unanimidade do Tribunal.

Na origem destes conflitos há nos bastidores muito mais do que os movimentos visíveis no cenário do mundo judicial. Neste, é notório o desejo da Procuradoria da República de comandar as ações da Polícia Federal. O juiz Zenildo Bodnar, ao contrário, sustenta que cabe à Justiça o comando das operações, sob a alegação de que o Ministério Público é parte.

A coletiva não preencheu o vácuo da desinformação. Permanece a frustração da população, que aguarda de forma oficial e cristalina as conclusões do inquérito sobre assunto de invulgar interesse público.

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Fracassou o ato público marcado pelos sindicatos de servidores na frente do Centro Administrativo. O governador Luiz Henrique encontrava-se em Curitiba.

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Ex-deputado federal Renato Vianna assumiu a presidência do BRDE no lugar do ex-senador Casildo Maldaner, que permanece na Diretoria.