Iphan e PF mapearão sítios mais vulneráveis a saque

7 de novembro de 2007 10:06

Bepi Cyrino, chefe da 1ª superintendência regional do Iphan no Amazonas e Roraima, disse que o objetivo da ação é combater o saque do material arqueológico, em especial na faixa de fronteira com países vizinhos ao Brasil, onde existem sítios arqueológicos que afloram conforme a vazante (descida das águas) dos rios.

No Brasil existem registrados cerca 12 mil sítios arqueológicos -só na Amazônia, são cerca de 3.000.

A vazante dos rios traz à superfície fragmentos ou peças inteiras de cerâmicas, estatuetas e urnas funerárias de sociedades pré-históricas que habitaram a região amazônica. Os artefatos, chamados de “cacos de índios” por moradores de comunidades ribeirinhas, são vendidos a turistas. No mercado negro na Europa, segundo arqueólogos, um artefato chega a custar 10 mil (R$ 25,3 mil).

Uma brecha explorada pelo tráfico, segundo o diretor de Arqueologia do Iphan, Rogério José Dias, são os sítios arqueológicos revelados com a implantação de obras como estradas, hidrelétricas e gasodutos.

O arqueólogo Eduardo Neves, coordenador do projeto de arqueologia Amazônia Central, aponta como possível solução o investimento na educação dos ribeirinhos, hoje os principais atores na venda de objetos. “O importante é trabalhar a capacitação e fortalecimento das comunidades. Ninguém melhor do que quem mora ao lado do sítio fazer seu papel de guarda e vigilância em cima do patrimônio.”