Jornalista depõe na PF sobre quebra de sigilo da filha de Serra

14 de setembro de 2010 10:41

SÃO PAULO. O jornalista Amaury Ribeiro Jr. prestou depoimento, na tarde de hoje, à Polícia Federal, em São Paulo, no inquérito que investiga a quebra de sigilos fiscais de tucanos ligados ao candidato José Serra. O conteúdo do depoimento não foi divulgado. Amaury participou de negociações para integrar o "grupo de inteligência" da campanha de Dilma Rousseff (PT) a presidente. O jornalista investigou as privatizações realizadas no governo Fernando Henrique Cardoso para, segundo ele escrever um livro.

Em entrevistas, Amaury tem negado ter tido a acesso a sigilos fiscais de tucanos para escrever o livro. O jornalista não foi localizado ontem para comentar o teor do depoimento. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, havia pedido, na semana passada, que a PF ouvisse Amaury. Na época em que os sigilos dos tucanos foram acessados, o jornalista trabalhava no jornal "O Estado de Minas".

Além de Amaury, o office-boy Ademir Estevam Cabral também prestou depoimento ontem à PF. Não foi divulgado o que ele disse. Na semana passada, ao ser ouvido no inquérito da Polícia Civil que investiga a falsificação da procuração que permitiu acesso aos dados fiscais de Verônica Serra, filha de José Serra, Ademir negou qualquer participação no caso. A falsa procuração foi apresentada à Receita Federal pelo suposto contador Antonio Carlos Atella Ferreira.

Na quarta-feira, a Polícia Federal deve ouvir Verônica Serra e o seu marido, Bourgeois, que também teve o sigilo acessado por meio de uma procuração falsa. O inquérito da PF está centralizado em Brasília. Na investigação da Polícia Civil, foram ouvidos também ontem o tabelião Fábio Tadeu Bisognin. Ele confirmou que o carimbo do 16º Tabelião de Notas de São Paulo que aparece nas procurações usadas para acessar os dados da filha e do genro de Serra são falsos.

A polícia paulista ouviu ainda o aposentado Edson Pedro dos Santos, que na semana passada disse ter sido procurado por um homem que lhe pedia que ele assinasse uma declaração dizendo que, no ano passado, havia autorizado a servidora a Ana Maria Caroto Cano a acessar as suas declarações renda. O homem que procurou o aposentaedo é José Carlos Cano Larios, marido de Ana.

Ana Caroto, que é filiada ao PMDB, trabalhava na agência da Receita da cidade de Mauá, onde foram acessados os sigilos fiscais de Eduardo jorge, vice-presidente do PSDB, e outras três pessoas ligadas a Serra. Ontem, a Receita divulgou nota para informar que devolverá a servidora ao Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), sue órgão de origem.

Fonte: O Globo