Juro do cheque especial sobe a 140% ao ano

Nos primeiros 10 dias de outubro, os juros médios do crédito às pessoas físicas subiram, de 46,3% para 46,4% ao ano. Para as empresas, a taxa passou de 23,2% para 23,5%.

– Não vamos ter movimentos (de queda no juro do empréstimo) tão fortes quanto antes – reconheceu o chefe do departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

Na avaliação de Lopes, até que o Comitê de Política Monetária (Copom) retome as reduções da Selic, as quedas nas taxas de financiamento serão possíveis apenas se os bancos decidirem reduzir os spreads (diferença entre o custo de captação de recursos e o cobrado do cliente final). Como a Selic orienta o custo de captação, caberá às instituições abrir mão de parte de seu ganho.

Por enquanto, a disposição dos bancos de reduzir os spreads não foi verificada. Até o dia 10, o spread médio do sistema de crédito estava subindo em outubro, passando de 24,6 para 24,7 pontos percentuais. No ano, até setembro, recuaram 9,56%.

O vice-presidente da Anefac (associação de executivos de finanças), Miguel de Oliveira, também acredita que os juros para os consumidores podem recuar mais. O elemento-chave para isso, argumenta, é a competição acirrada dos bancos por clientes.