Justiça de MS inocenta delegado da PF da acusação de vazamento

26 de outubro de 2010 10:01

A Justiça Federal de Mato Grosso do Sul inocentou o delegado Aldo Roberto Brandão, da Polícia Federal, da acusação de ter sido responsável, em 2007, pelo vazamento de informações sigilosas a integrantes de uma quadrilha de caça-níqueis.
A absolvição foi requerida pelo Ministério Público Federal, que entendeu que no curso do processo ficou provada "a inexistência do fato" -causa de absolvição prevista no inciso 1 do artigo 386 do Código de Processo Penal.
Em nota, o delegado qualificou a acusação como um "factoide" criado pela "então cúpula da PF em Campo Grande", na tentativa de "achar um culpado para o fracasso da investigação".
"Fez-se muito barulho por nada, os resultados foram pífios", afirma a nota.
Aldo Brandão, que à época chefiava a Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio da PF-MS, teve seu nome citado em um telefonema por um dos suspeitos de participação no esquema ilegal, que apenas naquele ano foi alvo das operações Artêmis 3 e Xeque-Mate.
No diálogo, o suspeito dizia que o delegado o havia aconselhado a tirar as máquinas caça-níqueis de circulação, em razão da possibilidade de uma nova operação da Polícia Federal.
O delegado disse que apenas comentou, em uma barbearia, o noticiário dos jornais sobre a Operação Artêmis 3, que havia ocorrido no dia anterior e na qual foram apreendidas 465 máquinas caça-níqueis.
"Uma pessoa que se encontrava no mesmo local comentou: "Desse jeito a Polícia Federal vai acabar com os caça-níqueis". Retruquei: "A tendência é essa", e o assunto foi encerrado", diz a nota.
A superintendência da PF disse, por meio de sua assessoria, que não iria comentar as afirmações do delegado.

Fonte: Folha Online