Justiça transforma nove envolvidos no escândalo dos `aloprados` em réus

19 de junho de 2012 21:00

 

A Justiça Federal, em Mato Grosso, transformou em réus nove envolvidos no caso conhecido como o escândalo dos `aloprados’.
 
A denúncia do Ministério Público foi acolhida pela sétima Vara Criminal da Justiça Federal, em Cuiabá. O caso veio à tona em 2006.
 
A Polícia Federal prendeu, num hotel de São Paulo, dois homens que tentavam comprar um dossiê falso contra o então candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra.
 
O dossiê falso acusaria Serra de ter relação com a chamada ‘máfia das sanguessugas’, que vendeu ambulâncias superfaturadas para o governo.
 
No hotel, os policiais encontraram R$ 1,7 milhão com os dois homens. Eles eram Valdebran Padilha, que tinha filiação ao PT de Mato Grosso, e Gedimar Passos, que integrava a campanha à reeleição do então presidente Lula, que depois chamou os envolvidos na negociação de ‘aloprados’.
 
Além de Valdebran e Gedimar, a Justiça transformou em réus outros quatro envolvidos que tinham ligação com o PT: Jorge Lorenzetti, Expedito Afonso Veloso, Osvaldo Bargas e Hamilton Lacerda. Também foram incluídos Fernando Ribas Soares e Sirley Chaves, sócios de uma casa de câmbio, e Levy Luiz da Silva Filho, que teria atuado como laranja.
 
Todos os nove réus respondem por uso de identidade falsa em operação de câmbio, crime com pena de até quatro anos de prisão. Já os seis que eram ligados ao PT respondem, também, por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As penas para esses dois crimes podem chegar a 13 anos de prisão.
 
O juiz do caso disse que os réus têm dez dias para apresentar suas defesas prévias.
“Apresenta a defesa preliminar, se eu entender que devo manter o recebimento da denúncia, porque eu posso absolvê-lo sumariamente de acordo com os argumentos dele, ou manter o recebimento. Se eu receber definitivamente a denúncia, passa-se à inquisição das testemunhas de acusação, depois aos de defesa e ao final o interrogatório dos acusados", afirmou o juiz federal Paulo César Alves Sodré.
 
Os advogados de Hamilton Lacerda, Osvaldo Bargas, Expedito Veloso e Sirley Chaves declararam que só irão se manifestar depois que tomarem conhecimento da denúncia. O advogado de Valdebran Padilha declarou que a decisão da Justiça Federal em Mato Grosso é incoerente e que as investigações não provaram que o dinheiro apreendido era do cliente dele. Nenhum representante dos demais réus foi encontrado pra comentar o assunto.