Lançada a Campanha do Desarmamento no DF
O Ministério da Justiça (MJ) deu início em Brasília à Campanha Nacional do Desarmamento 2011 – Tire uma arma do futuro do Brasil. O objetivo é recolher o maior número possível de armas e aumentar a segurança na sociedade brasileira. A cerimônia contou a presença de representantes do governo do Distrito Federal (GDF), da sociedade civil, estudantes e familiares de vítimas da violência.
Esse foi o quinto lançamento regional da campanha, que já contou com a adesão dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia. A assinatura dos convênios com as unidades da federação possibilita o aumento do número de postos de coleta de armas. Além das unidades das Polícias Federal e Rodoviária Federal, os interessados podem fazer a entrega na rede de parceiros, como ONGs, igrejas e escolas municipais.
Nesta edição, a campanha traz novidades em relação às duas anteriores: o anonimato para quem entregar a arma; a inutilização da arma no ato da entrega; a indenização mais rápida; e a ampliação da rede de recolhimento. O propósito é facilitar todos os trâmites para quem quiser participar da campanha, entregar a arma e contribuir para construção de um país com mais segurança.
Presente à cerimônia no Salão Negro do Palácio da Justiça, o secretário executivo do MJ, Luiz Paulo Barreto, enfatizou que a arma não é um instrumento de defesa, mas, de ataque, de furto e de acidentes. "Lançamos essa campanha um mês depois do massacre de Realengo no Rio de Janeiro. Nessa fase inicial, 6 mil armas já foram entregues. Certamente, vamos ter um impacto no índice de homicídios no Brasil", afirmou, ao destacar a capacidade de mobilização da iniciativa. Dados oficiais indicam que, do total de homicídios registrados por ano no Brasil, 80% são cometidos com armas compradas legalmente.
Armas não letais
Após a assinatura da cooperação com o governo do Distrito Federal para a realização da campanha na cidade, o GDF recebeu do Ministério da Justiça 200 armas de menor potencial ofensivo para uso pela Secretaria de Segurança Pública do DF.
Para o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que também esteve presente à solenidade, iniciativas como essa podem reduzir a violência. Como exemplo, ele lembrou de um jogo de futebol em Brasília, em que o policial matou um torcedor quando a arma disparou ao dar uma coronhada no jovem. "Se a arma não fosse letal, isso não teria ocorrido. Um instrumento adequado pode evitar tragédias", ponderou.
Exposição
No evento de lançamento, também foi inaugurada a exposição Lembrar para não esquecer. Não esquecer para transformar – Um olhar sobre a vítima para resgatar o direito à vida. Com oito painéis duplos, quatro púlpitos e uma escultura feita a partir de munições de projéteis de armas de fogo recolhidas em comunidades cariocas. A mostra – organizada pelo governo do Distrito Federal – será montada em diversos pontos da capital federal. As imagens e textos documentam as lutas, reivindicações e conquistas dos familiares de vítimas nos últimos 20 anos.
No Distrito Federal, o Pró-Vítima é uma iniciativa pioneira dirigida pela Subsecretaria de Proteção às Vítimas de Violência. Criada em 2009, pelo Secretário de Justiça do DF, Alírio Neto, ela atende as famílias das pessoas vítimas de violência com o apoio de assistentes sociais, psicólogos e advogados. "Como policial, eu questionava a atenção que o Estado dava aos acusados e a atenção dada às vítimas. Fui estudar Vitimologia, foi assim que surgiu o Pró-Vítima". Desde 2009, 1.529 pessoas foram atendidas.
Na solenidade também estiveram presentes convidados engajados na causa, como a escritora Glória Perez, autora de novelas e mãe da atriz Daniella Perez que foi morta violentamente, o cineasta Milton Alencar, que está produzindo um documentário sobre o massacre de Vigário Geral e familiares vítimas de massacres como as chacinas de Queimados, Vigário Geral, Realengo e Cinelândia.
Campanha do Desarmamento
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