Laudo da PF aponta erros em recibos

16 de agosto de 2007 10:24

A análise contábil confirma que duas empresas que teriam comprado bois de Renan, os frigoríficos Carnal e GF da Silva Costa, de Alagoas, estavam desativados e, portanto, não poderiam ter emitido recibos ou qualquer documento para dar suporte às operações. Os peritos também deverão sustentar que há “inconsistência” entre os documentos sobre a venda de gado, as retiradas de dinheiro da conta do senador e os repasses, em espécie, feito pelo lobista da empreiteira à ex-amante de Renan.

O laudo deveria ser entregue oficialmente hoje ao Conselho de Ética e ao Supremo Tribunal Federal (STF) – que também investiga o senador por suspeita de ter usado dinheiro da Construtora Mendes Júnior -, mas foi adiado para a próxima segunda-feira depois que o advogado da jornalista, Pedro Calmon Filho, entregou ao Conselho de Ética, ontem, um lote de extratos de depósitos bancários feitos por Mônica Veloso numa agência do Unibanco.

Entre 15 de março de 2004 e 5 de agosto deste ano, ela recebeu do senador R$ 418,853,25, parte entregue por Cláudio Gontijo num dos escritórios da empreiteira em Brasília. Numa única vez, em abril de 2005, Mônica recebeu R$ 43 mil para pagar o aluguel da casa e, de junho de 2004 a abril de 2005, fez retiradas mensais, sempre em espécie, de R$ 12 mil.

Entre os documentos, há recibos de duas empresas de vigilância, a Grifo e a Artec, que em 2004 se revezaram num esquema de proteção à jornalista, que se queixara ao senador de estar sendo ameaçada. Em dezembro ela passa a receber uma pensão mensal de R$ 3 mil, entregue pelo advogado do senador, Eduardo Ferrão.

Segundo os recibos é o advogado quem entrega também duas parcelas de R$ 50 mil que, segundo a jornalista, eram referentes a complementação da pensão e não para a criação de um fundo de educação para a filha, conforme alegou o senador