Lentidão marca a sucessão da PF
O engarrafamento das substituições começa aí. Luiz Pontel está indicado para o cargo de adido policial em Portugal, mas a vaga ainda é ocupada pelo ex-diretor-geral da PF Paulo Lacerda. Situações semelhantes se repetem na estrutura central com reflexos nos estados (veja quadro). O diretor de combate ao crime organizado, Roberto Troncon Filho, vai deixar o cargo para ocupar a superintendência de São Paulo, hoje sob comando do delegado federal Fernando Duran. Este, por sua vez, é candidato à superintendência em Minas, que só deverá ser liberada no fim do ano, com a criação do cargo de adido policial na Espanha.
Para ocupar a diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dcor), uma das áreas mais sensíveis da PF, está em compasso de espera o delegado federal Oslain Campos, colaborador de Roberto Troncon. Hoje, ele é coordenador-geral da Divisão de Repressão a Entorpecentes, um dos braços da Dcor, e aguarda a saída do chefe para assumir o posto. Oslain já é o diretor de direito, mas é Troncon o de fato, uma vez que vem representando o diretor-geral da PF de Dilma em viagens ao exterior e em compromissos de trabalho.
Dólar
O que tudo indica, é a espera pelas cobiçadas vagas de adidos policiais — que garantem remuneração em dólar, além de gratificações — que tem complicado as trocas. Entretanto, as de maior atrativo têm sido as de países de primeiro mundo, porque as de nações como Paraguai, Bolívia, Argentina, Uruguai e Peru, entre outras, estão sem pretendentes.
O diretor-geral do Departamento de Polícia Federal, Leandro Daiello, disse, por meio de nota, que “a impressão de que existe dificuldade na montagem da equipe não é real”. Segundo Coimbra, ele decidiu manter os policiais da gestão anterior para dar continuidade aos trabalhos, uma vez que já participava daquela administração no cargo de superintendente em São Paulo. Entretanto, ressaltou que “nos casos em que houver necessidade de trocas, elas ocorrerão paulatinamente”. Coimbra defende a tese que a interinidade em alguns postos, mesmo que estratégicos, não tem prejudicado os trabalhos. “Conforme dados que podem ser acessados no site da PF, nos meses de janeiro e fevereiro foram realizadas 25 operações especiais, contra 20 no mesmo período do ano passado.” A informação do diretor-geral confirma a sensação predominante entre servidores da PF, de que ficou mesmo “tudo em casa”.
Mais do mesmo
Luiz Fernando Corrêa ocupou a direção-geral da corporação durante a gestão do petista Tarso Genro no Ministério da Justiça. Na pasta, Genro foi sucedido por outro companheiro de partido, José Eduardo Cardozo, que, apesar de não ter mantido Corrêa, escolheu Coimbra, seu auxiliar em São Paulo, para a condução da PF .
Dança dos cargos
Luiz Pontel de Souza
Atual diretor executivo, será adido policial em Portugal. Substituirá o ex-diretor Paulo Lacerda, aposentado
Roberto Troncon
O atual diretor de combate ao crime organizado está indicado para a superintendência de São Paulo
Oslain Campos de Santana
Atual coordenador-geral da Divisão de Repressão a Entorpecentes, ocupa a vaga de Troncon na Diretoria de Combate ao Crime Organizado
Fernando Duran Poch
Atual superintendente interino de São Paulo. Assumirá a superintendência de Minas Gerais
Jerry Antunes de Oliveira
Atual superintendente da PF em Minas. Está indicado para a vaga de adido policial na Espanha
Rogério Galoro
Atual diretor de logística. Será adido policial nos EUA no lugar de Paulo de Tarso Oliveira, sem lotação definida até agora
Ângelo Fernandes Gióia
Atual superintendente do Rio de Janeiro. Assume como adido na Itália, na vaga do delegado Rômulo Berreto
Nivaldo Farias de Almeida
Atual diretor executivo da superintendência do Rio de Janeiro. Assume a superintendência do Piauí