Líder da máfia de combustíveis apoiou Conde
Renan Macedo Leite, preso pela PF na Operação Poeira no Asfalto, foi o maior doador individual para a campanha de Conde à Prefeitura do Rio em 2004, quando ele perdeu para o atual prefeito, Cesar Maia, do DEM. Foram R$ 50 mil repassados à conta de campanha em 13 de setembro daquele ano.
Leite era bem relacionado com peemedebistas do Rio. Trabalhava como assessor do deputado estadual Domingos Brazão (PMDB-RJ) ao ser preso pela PF com outras 43 pessoas. Segundo a investigação, a suposta quadrilha adulterava combustíveis, forjava documentos e sonegava impostos.
Ao ser preso, o assessor era proprietário de oito postos de combustíveis no Estado. Leite seria o elo do esquema com parlamentares do Estado, entre eles o então deputado federal André Luiz (PMDB), que depois acabaria cassado pela Câmara dos Deputados.
Leite foi procurado ontem pela Folha, mas não foi localizado. No gabinete do deputado Domingos Brazão, a informação dada foi de que ele “sumiu” após ser solto: “Ele teve uma passagem rápida pelo gabinete porque o deputado era amigo dele. Mas desde então ele sumiu”, disse o chefe de gabinete de Brazão, Vanderlei Viana.
Na campanha de 2004, Conde foi contemplado com doações de várias empresas imobiliárias e de construção civil. A mais generosa foi a construtora OAS, com R$ 290 mil. Em seguida vieram as construtoras Carioca Christien Engenharia, com R$ 215 mil, e UTC Engenharia, com R$ 210 mil. Conde foi indicado pelo PMDB do Rio para a presidência de Furnas. Segundo sua assessoria de imprensa, “a doação foi declarada na prestação de contas e foi aprovada pelo TRE. Na data da doação não havia nada contra o doador”.