Marqueteiro João Santana é alvo da 23ª fase da Operação Lava-Jato
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira a 23ª fase da Operação Lava-Jato. O marqueteiro João Santana é o alvo principal desta nova fase, chamada de Operação Acarajé.
Nesta fase, a Polícia Federal cumpre 51 mandados, sendo 38 de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva.
Os mandados estão sendo cumpridos na Bahia (Salvador e Camaçari), Rio de Janeiro (capital, Angra dos Reis, Petrópolis e Mangaratiba) e São Paulo (capital, Campinas e Poá).
A PF cumpre mandados com foco em três grupos: empresarial, que pagava vantagens ilícitas; operador de propina na Petrobras; e o grupo recebedor do dinheiro desviado, "cuja participação já fora confirmada com o recebimento de valores já identificados no exterior em valores que ultrapassam US$ 7 milhões", informou a PF em nota.
Santana trabalhou para o PT em diferentes ocasiões, incluindo a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014 e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.
A força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba encontrou pagamentos feitos por empresas acusadas de pagar propina em obras da Petrobras no exterior – entre as quais o estaleiro Kepel Fels e a empreiteira Odebrecht.
Odebrecht
A sede da Odebrecht, em São Paulo, é um dos alvos da Operação Acarajé.
Os investigadores apuram pagamentos no valor de cerca de R$ 90 milhões que a empreiteira teria feito a João Santana para a campanha petista em 2014, por meio de contas no exterior e não declarados no Brasil.
Receita
A Receita Federal do Brasil (RFB) informou que, junto com a força-tarefa da Lava-Jato, identificou uma operação imobiliária de apartamento de luxo realizada de maneira ilícita por um dos envolvidos. Esse investigado comprou o apartamento e, "parte do valor da transação teria sido repassado por offshore de sua responsabilidade para conta do vendedor no exterior, possivelmente ocultando-se da RFB o real valor da transação".
De acordo com a Receita, que participa da 23ª fase da Lava-Jato, a operação apura fatos ligados "ao uso de contas em nome de várias offshores no exterior que teriam sido utilizadas por seus responsáveis ou beneficiários – cidadãos, executivos, operadores financeiros e empresários brasileiros –, tanto para pagamentos e recebimentos de vantagens indevidas, como para pagamentos de contraprestações de serviços prestados no Brasil ou no exterior, adotando os responsáveis estratégias de vários níveis de dissimulação", informou, em nota.
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