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Após o anúncio do Diretor-Geral da Polícia Federal, Dr. Fernando Segóvia, de que a PF pretende reforçar a equipe em Brasília para concluir, até o fim deste ano, todos os inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), o Presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Dr. Edvandir Felix de Paiva, concedeu entrevista à Rádio Sputnik Brasil sobre o tema.
Na entrevista, publicada na última quinta-feira (11/01), o Presidente da ADPF falou sobre interferências políticas em grandes operações que investigam figuras poderosas e o cuidado que é preciso para tratar de uma operação do porte da Lava Jato.
“Se em determinados níveis das investigações aparecerem mais dados que demandarem mais trabalho, mais análise, mais períodos para busca e coleta de provas, isso vai consumir mais tempo. Então, é muito difícil definir o tempo em que uma investigação termine", afirmou Dr. Paiva.
“O que determina o fim de uma investigação é o esgotamento da sua linha investigativa. E isso não ocorre pela vontade deste ou daquele delegado. Ninguém pode dizer quando a Lava Jato estará concluída. Somente os fatos irão dizer o momento em que as investigações terão chegado ao fim", explicou.
Além da Lava Jato, o Presidente da ADPF ressaltou o compromisso da entidade em defender recursos e condições para que a Polícia Federal possa continuar seu trabalho em combate ao crime organizado e a corrupção.
“A nossa associação sempre defendeu que as equipes da Lava Jato de Curitiba e do Rio de Janeiro sejam reforçadas, assim como sempre defendeu que as equipes responsáveis por outras importantes operações sejam igualmente reforçadas. Investigações que disponham de recursos humanos e materiais irão avançar e disso, nós não temos dúvida nenhuma", disse.
Dr. Paiva tratou ainda dos problemas em apurar casos envolvendo detentores de poder político, visto que a PF depende dos recursos, que ainda são alocados por decisões políticas.
"A dificuldade de lidar com políticos é o fato de que, como eles detém o poder, têm também a possibilidade de fazer com que recursos deixem de estar disponíveis para a Polícia Federal poder prosseguir com as suas investigações", afirmou.
O Delegado Federal ressaltou, por fim, a necessidade de efetivo e luta da classe pela abertura de novos concursos públicos para suprir as quase 600 vagas abertas.
"Dessa maneira, acredito que acaba por diminuir a capacidade de investigação, e isso ocorre com bastante clareza – visto que desde 2010 os recursos destinados da PF vem baixando. Acho que esse é um método de aos poucos diminuir a capacidade da Polícia Federal de investigar", declarou Dr. Paiva.
Ouça a íntegra da entrevista pelo SoundCloud da ADPF.