Minas e Energia livra assessor de Rondeau
A investigação promovida pelo ministério ficou limitada à análise de documentos e à tomada de depoimentos dos dois ex-servidores. A sindicância não tem poderes, por exemplo, para quebrar sigilos bancário e telefônico. Foram analisados apenas os atos por eles assinados e o atendimento das normas internas do ministério. A Polícia Federal levantou suspeitas a respeito da licitação feita pelo programa Luz para Todos, mas nem essa concorrência pôde ser investigada, porque não foi feita pelo Ministério de Minas e Energia, e sim pela Centrais Elétricas do Piauí (Cipisa), uma empresa federalizada e ligada à Eletrobrás.
Preso durante a Operação Navalha, da Polícia Federal, Ivo foi acusado de receber propina de R$ 100 mil. Uma funcionária da Gautama, Fátima Palmeira, foi filmada no interior do Ministério de Minas e Energia entregando um envelope ao assessor especial do ministro Rondeau. Os investigadores suspeitaram que o dinheiro tivesse sido entregue naquele momento, mas Ivo e Fátima afirmaram, em depoimento à ministra Eliana Calmon, que o envelope continha apenas documentos.
Santana foi citado numa conversa entre o dono da Gautama, Zuleido Veras, e seu irmão Dimas Veras, como registra escuta telefônica feita pela PF. Em 27 de fevereiro, Zuleido e o lobista Sérgio Sá teriam participado de uma reunião no ministério com Santana e Rondeau. No dia seguinte, Zuleido diz que a conversa foi muito boa . Dimas comenta que teria sido colocado algum dinheiro à disposição . Suspeito de ter recebido propina da Gautama em troca do favorecimento da construtora numa licitação, Rondeau pediu demissão no dia 23 de maio. Ele nega a acusação.