Ministério acredita em extradição para Cacciola

25 de outubro de 2007 10:02

O Ministério negou que haja qualquer contradição no pedido de extradição como alegam os advogados do ex-banqueiro em Mônaco. A assessoria do ministro Tarso Genro informou que o primeiro pedido foi realizado em virtude do processo contra Cacciola na 6ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, antes de ele ser condenado. No início deste mês, o governo brasileiro pediu a prisão preventiva em Mônaco e reiterou o pedido de extradição. Os textos dos pedidos de extradição não são os mesmos. E o Ministério informou que uma decisão judicial não é inviabilizada caso o seu autor não seja mais juiz hoje.

A documentação, com a cópia traduzida da condenação de Cacciola, foi enviada em 2 de outubro passado. No dia 3, foi entregue na Embaixada de Mônaco em Paris. As autoridades de Mônaco informaram que faltou um documento e o Ministério providenciou o seu envio no dia 5.

Assessores de Genro se animaram com a informação não oficial de que o processo foi encaminhado ao Ministério Público de Mônaco. Isso significaria que não há lacunas, nem falta de documentos no pedido de extradição.

O Ministério da Justiça informou ainda que continuará reiterando o pedido de extradição, mesmo se o Supremo Tribunal Federal (STF) entender que a condenação a Cacciola deve ser anulada pelo fato de incluir o ex-presidente do Banco Central, Francisco Lopes. Lopes teria direito a foro privilegiado e, por isto, não poderia ser julgado na primeira instância da Justiça, mas pelo STF. O tribunal ficou de definir o caso de Lopes, ontem, mas o julgamento foi adiado. A decisão é esperada para hoje. Se anular a condenação de Lopes, o STF pode beneficiar Cacciola indiretamente. Mas, o Ministério da Justiça insiste que, mesmo nessa hipótese, continuará pedindo a extradição do ex-banqueiro.