Ministério altera inspeção de lácteos

30 de outubro de 2007 10:21

Entre as medidas estão auditorias aleatórias nos laticínios (ver quadro). No sistema atual, fiscais federais agropecuários trabalham de forma permanente nos laticínios, o que, segundo o ministério, “deve ser alterado à medida que o novo modelo for implementado”.

De acordo com o ministro, o novo sistema foi projetado para inibir fraudes como as detectadas em Minas Gerais. Ele explicou que haverá uma fase de transição, em que os dois modelos conviverão, até que a mudança se consolide.

O novo modelo de fiscalização começará a ser implementado hoje em Minas, e no resto do país, “gradativamente”, a partir da semana que vem. “Esperamos, com as medidas, aumentar o padrão de eficiência da fiscalização”, disse Stephanes, segundo comunicado.

As mineiras Casmil e Coopervale foram interditadas na última semana, após operação da Polícia Federal, que descobriu que as cooperativas adicionavam água oxigenada e soda cáustica ao leite entregue pelos produtores.

Um outro episódio suspeito envolvendo lácteos aconteceu no no Rio Grande do Sul. A Nutrilat foi multada em R$ 20 mil pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) por ter enterrado indevidamente cerca de 300 mil caixas de leite longa vida em duas propriedades de fornecedores em Fazenda Vilanova. A empresa terá dez dias para transferir o material para aterros adequados ou sofrerá nova autuação, desta vez de R$ 40 mil. As áreas eram licenciadas apenas para receber lodo industrial.

Segundo o assessor jurídico da empresa, adquirida no início deste mês pela Laticínios Bom Gosto, Diego Romero, as embalagem foram descartadas porque estouraram ou ficaram amassadas depois que uma empilhadeira se chocou contra prateleiras que acomodavam 725 mil caixas de leite na sede da indústria, na noite do dia 14. O advogado reconheceu que a decisão tomada pela equipe de plantão foi equivocada e afirmou que a Nutrilat irá recolher o material, reparar os danos e pagar a multa.

A descoberta do material, após denúncias anônimas, levantou suspeitas de que o leite poderia estar adulterado. Mas o superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Francisco Signor garantiu que não havia problemas com os produtos, das marcas Nutrilat e Mu-Mu, e que o descarte foi determinado devido aos danos sofridos pelas embalagens. Parte do leite também foi utilizada para alimentação de animais.