Ministério da Justiça tenta construir proposta de consenso na Polícia Federal

9 de agosto de 2012 14:03

Ontem, pela primeira vez na história, os delegados da Polícia Federal cruzaram os braços numa paralisação de 24 horas, em sinal de advertência ao Governo. Para chegar ao ponto de a classe dirigente de uma instituição parar é porque a situação está mesmo grave. Em todos os Estados e no Distrito Federal os delegados participaram de mobilizações, em conjunto com as demais carreiras típicas de Estado e com outras categorias da Polícia Federal. Em Brasília, mais de mil manifestantes participaram de ato público em frente ao Ministério do Planejamento e seguiram em caminhada até o Palácio do Planalto.
 
Depois da ampla repercussão na imprensa e com o temor de ver as operações paralisadas, o Governo sinalizou com um começo de diálogo. Na noite de ontem, 8, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) participou de duas rodadas de negociação. 
 
Com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, as carreiras típicas de Estados ouviram que “o compromisso de apresentar respostas na próxima semana está mantido”, embora admita que “ainda não há proposta”, a qual ainda está sendo avaliada pelo núcleo financeiro do Governo.
No Ministério da Justiça, os representantes das entidades de classe da Polícia Federal foram recebidos pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e pelo diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.
 
As entidades apresentaram suas propostas e o diretor-geral também. Neste momento, o ministro da Justiça está atuando como um facilitador do diálogo entre as categorias, com o objetivo de se encontrar uma proposta de consenso, a qual possa ser apresentada ao Governo. O ministro da Justiça fez questão de enfatizar que não tem aval da área econômica para atuar como negociador. Ou seja, não será ele quem vai bater o martelo e decidir as reivindicações da categoria.
 
De acordo com o presidente da ADPF, Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, o cronograma de atividades dos delegados está mantido. A partir do dia 20 de agosto, caso o Governo não apresente nenhuma proposta satisfatória, a categoria volta a fazer novas paralisações, intensificando o movimento. Os delegados podem parar por 48 e 72 horas e até mesmo evoluir para uma greve por tempo indeterminado.
 
 
Veja fotos da mobilização dos delegados federais nos Estados: