Ministro diz que continua a beber leite

30 de outubro de 2007 11:11

O anúncio foi feito uma semana depois de a Operação Ouro Branco da Polícia Federal desmantelar uma quadrilha que misturava de forma irregular substâncias químicas ao leite, em Minas Gerais. Entre as mudanças estão a criação de grupos de auditores, que visitarão as indústrias pelo menos uma vez por mês. Ao mesmo tempo, o ministério pretende acabar com a figura do fiscal fixo na fábrica. A intenção do governo é combater a possibilidade de corrupção de servidores.

O programa está previsto para começar a ser implementado na próxima semana. Técnicos de todo o país participam nesta semana de reuniões em Brasília para colaborar na formatação do novo sistema, disse Francisco Signor, delegado federal do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul. Primeiro, será feito nos principais locais produtores de leite, como Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul. Daí, no resto do país.

Stephanes não anunciou contratação de novos funcionários. Os 1,7 mil estabelecimentos que produzem leite e derivados continuarão a ser fiscalizados por 210 fiscais agropecuários que hoje estão na ativa.

O presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvin, não ficou satisfeito: cobrou fiscalização mais rigorosa na fase de comercialização e pediu a contratação de mais fiscais. Pelos dados da CNA, dos 210 fiscais que atuam nas usinas, 180 estão fixos nas indústrias, e 30 ficam rodando para dar conta de atender toda a demanda. O governo reconhece que hoje há oito empresas para cada fiscal. Mas Stephanes descartou atribuir a crise à falta de pessoal e comentou que o problema se limita a Minas Gerais.

Numa ação para detectar possíveis irregularidades, seis caixas de leite integral foram recolhidas em Santa Maria. Amostras estão sendo colhidas também em supermercados de Porto Alegre, Pelotas e Erechim, informou Suzete Lobo de Almeida, responsável pelo Setor de Alimentos do Centro Estadual de Vigilância Sanitária. A meta é rastrear as 24 marcas de leite vendidas no Estado.

Em Canguçu e em Pelotas, técnicos do ministério retiraram amostras de leite em duas cooperativas e informaram que são fiscalizações rotineiras.