Mônaco pode decidir sobre Cacciola semana que vem

9 de outubro de 2007 09:40

LONDRES e BRASÍLIA. O governo de Mônaco poderá se pronunciar na semana que vem sobre a situação de Salvatore Cacciola, cuja extradição foi oficialmente pedida pelo Brasil no último dia 3. Segundo um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do principado, o Tribunal de Recursos monegasco já está analisando o caso do ex-banqueiro.

Sexta-feira passada, Cacciola teve sua prisão provisória estendida até o dia 28, por ordem de um juiz de instrução, que também negou o pedido de libertação feito pelo advogado Frank Michel.

Inicialmente, o diretor de Serviços Judiciário de Mônaco, Philippe Narmino cujo cargo é o equivalente ao de ministro da Justiça , dissera que a decisão sobre o pedido de extradição deveria ser anunciada em meados de novembro. No entanto, o caso do ex-dono do Banco Marka também tem seu viés político no principado, que pretende usar Cacciola como um exemplo do compromisso de Mônaco com o combate a crimes de colarinho branco.

Se voltar ao Brasil, Cacciola será escoltado pela PF Ainda segundo o porta-voz, uma possível extradição de Cacciola seria executada em questão de dias, não de semanas, caso o Tribunal de Recursos aceite o pedido do Brasil.

Embora em termos protocolares a decisão final sobre o destino do ex-banqueiro caiba ao príncipe regente de Mônaco, Albert II, historicamente, os soberanos monegascos ratificam as decisões do Judiciário.

Não há motivos para que o caso passe do dia 28, muito menos por questões de tramitação entre o tribunal e o príncipe. É razoável acreditar que uma decisão poderá ser tomada entre 15 e 22 de outubro disse a fonte.

Mônaco também se pôs à disposição para ajudar na logística de um eventual retorno de Cacciola, em especial junto ao governo francês, uma vez que a passagem do ex-banqueiro pelo país teria de ser autorizada por Paris.

Segundo informações preliminares do Ministério da Justiça no Brasil, caso o pedido de extradição seja aceito, Cacciola pegará um vôo de carreira de Mônaco para Paris, escoltado por um agente da Polícia Federal (PF), ligado à Interpol.

De lá, os dois seguirão para o Brasil. A tendência é que Cacciola fique no Rio, onde foi decretada sua prisão.