MP investiga setor de informática da Assembléia
A apuração foi iniciada com base em informações reunidas na sindicância feita pelo parlamento para apurar a fraude dos selos. Dez servidores do setor de informática já prestaram depoimento na Promotoria Especializada Criminal, em Porto Alegre.
Nos próximos dias, outros servidores devem ser chamados a prestar esclarecimentos. O MP não fala sobre o teor da investigação. A Assembléia confirmou ontem que funcionários foram chamados a depor nos últimos dias. No mesmo expediente estão sendo verificadas informações sobre irregularidades em outros setores da Casa.
A nova investigação da Promotoria Especializada Criminal começou logo depois de concluída a denúncia do MP sobre o suposto pagamento de propina para Ubirajara Amaral Macalão pela empresa Silvestre Administração e Serviços Ltda, que faz a limpeza do parlamento. Macalão teria recebido R$ 75 mil para facilitar a execução do contrato de prestação de serviços existente entre a Silvestre e a Assembléia. Os valores teriam sido pagos em parcelas de R$ 2,5 mil.
Ex-diretor administrativo da Assembléia, Macalão é o principal envolvido na fraude dos selos, que lesou o parlamento em pelo menos R$ 3,3 milhões. Hoje, ele vai prestar depoimento à Polícia Civil. O foco das declarações deverão ser as circunstâncias da fraude. O delegado Leandro Cantarelli, que conduz a investigação na 6ª Delegacia da Polícia Civil, quer saber se Macalão tem informações a acrescentar ao que declarou à Assembléia e à Polícia Federal.
Advogado reclama de dificuldades para defesa
Desde a semana passada, a PF aguarda resposta da Justiça Federal sobre o pedido de novas diligências. Contratado por Macalão para atuar em sua defesa perante as Justiças estadual e federal e no inquérito administrativo do parlamento, o advogado Giulio Perillo diz que até o momento Macalão só foi acusado, sem poder “realmente” se defender:
– Até em denúncia por assédio ele foi envolvido, o que foi definitivo para sua separação. Não há nada de assédio contra ele. Ele apenas foi testemunha de acusação em um processo de assédio em favor de uma funcionária da Assembléia.