Mudanças e mais sigilo na investigação do crime

26 de setembro de 2007 11:58

Pelo fato de o crime ter ocorrido em Goiás, os policiais brasilienses não podiam instaurar inquérito e investigar formalmente. Por isso, a direção-geral da corporação destacou a Dipo para colaborar com os investigadores de Cidade Ocidental no levantamento de informações. Mesmo com as limitações burocráticas, os agentes conseguiram chegar à identidade dos envolvidos. A única maneira de fazer investigação formal seria com autorização judicial no DF e em Goiás. O trâmite, entretanto, pode demorar.

Logo no primeiro dia útil depois da troca de comando na investigação do atentado houve alterações na condução o caso. Desde o afastamento, sexta-feira, da titular da Delegacia da Cidade Ocidental, Adriana Fernandes de Carvalho, as informações sobre o inquérito se concentram em Luziânia (GO). O delegado-chefe da 5ª Regional, José Luis Martins Araújo, passou a aceitar a hipótese de tentativa de homicídio contra o repórter, mas limitou ao máximo a divulgação de dados sobre as ações policiais. Não houve avanço significativo nas investigações hoje, mas as diligências continuam e estamos nos empenhando para prender logo os suspeitos , resumiu. A mudança na investigação fez com que a rotina de atendimentos no Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), de Cidade Ocidental, voltasse praticamente ao normal.

FIM DE SEMANA As aputações da Polícia Federal sobre o atentado contra o repórter podem ficar comprometidas, por causa da falta de indícios no local do crime da semana passada. Os agentes federais estiveram, no fim da semana, no bar em que Amaury foi baleado, mas nada recolheram. Até mesma uma camiseta usada pelo jornalista, e que poderia ter material genético do criminoso, foi lavada pela dona do estabelecimento.

A PF praticamente descartou a possibilidade de assalto, como foi levantado por policiais de Goiás. Pela forma como aconteceu, e como relatou o jornalista, é improvável que ele tenha levado um tiro em uma tentativa de assalto , afirmou um policial federal. Além dos agentes que estiveram no local do crime, na semana passada, policiais da área de inteligência da PF iniciaram a investigação com base na série de reportagens sobre o tráfico no Entorno do DF, assinada por Amaury e publicada pelo Correio Brazilense (jornal dos Associados). Será um eixo para nossa apuração , confirmou a superintendente da PF no DF, Valquiria Souza Teixeira de Andrade. A PF também ouviu outras testemunhas que confirmaram o atentado. Uma das linhas de investigação da PF será em torno de possíveis materiais genéticos deixados pelo criminoso, que se atracou com o repórter, explicou o policial.