Não vejo distorção em transcrições de delações da Lava Jato, diz Janot

27 de janeiro de 2016 11:04

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rebateu nesta terça-feira (26) críticas feitas por advogados que atuam na Operação Lava Jato e disse que "não vê distorção" nas transcrições de depoimentos de delatores do esquema de corrupção da Petrobras.

 

Segundo o procurador, o ataque ao trabalho dos procuradores faz parte do que classificou de "técnica de defesa".

 

A fala de Janot é uma resposta a carta assinada por um grupo de cem advogados que questionaram a condução da Operação Lava Jato, apontando violação de direitos e garantias fundamentais dos suspeitos, além de promover "vazamento seletivo" de informações sigilosas.

 

Um dos argumentos levantados pelos advogados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a rejeição da denúncia contra o congressista por suposto envolvimento com os desvios na Petrobras é que os depoimentos foram distorcidos e as degravações direcionadas para induzir a culpabilidade do acusado.

 

A defesa de Marcelo Odebrecht, preso na Lava Jato, também acusada a Procuradoria de manipular o depoimento de Paulo Roberto Costa para incriminar o dono da maior empreiteira do país. Para o procurador-geral da República, as reclamações fazem parte do direito de expressão.

 

"Não vi distorção alguma [nas transcrições dos depoimentos] e também não vi ninguém negar fato criminoso imputado a essas pessoas", disse Janot, após participar da primeira reunião do Conselho Nacional do Ministério Público.

 

Questionado sobre qual a conclusão que tirava sobre a ofensiva dos advogados, Janot respondeu: "é técnica de defesa".

 

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