Novas denúncias sobre leite contaminado

24 de outubro de 2007 11:00

“No momento em que estourou a operação, nós começamos a receber ligações de funcionários de outras empresas do país dizendo que há vários locais colocando soda cáustica no leite”, disse o delegado Ricardo Ruiz, responsável pelo inquérito envolvendo a Copervale (Cooperativa de Produtores de Leite do Vale do Rio Grande), de Uberaba.

Ruiz não especifica os locais de onde partiram as denúncias. De acordo com ele, todas as ligações recebidas serão encaminhadas às superintendências da PF e aos Ministérios Públicos de cada Estado.

As superintendências da PF no Paraná, no Rio Grande do Sul, no Espírito Santo e em Pernambuco já iniciaram a coleta de amostras de leite.

No Estado de São Paulo, a PF coletou amostras em Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Cruzeiro.

A pedido do Ministério Público Federal, a Justiça Federal em Uberaba nomeou um interventor para a cooperativa local. O procurador Bruno Nominato disse que a cooperativa precisa voltar a funcionar para que os produtores não sejam mais punidos pelos erros da diretoria.

Em Passos, no final da tarde de ontem, os Ministérios Públicos Federal e Estadual preparavam pedido de nomeação de um interventor. A Casmil continuou operando ontem apenas para receber o leite. Sua produção é de 250 mil litros/dia.

O Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo não recebeu nenhum comunicado da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinando recolhimento de produto.

Em nota, a Parmalat Brasil reafirmou ontem que não comprava leite processado das cooperativas investigadas, mas apenas leite cru, que não está sob suspeita. A empresa informou que a Anvisa não detectou problemas nos produtos de sua marca e que descredenciou as duas cooperativas.