O reforço que não chegou
A equipe da Polícia Federal (PF) de Macaé, chefiada pela delegada Carla Dolinski, aguarda a chegada de reforço esta semana para iniciar a reconstituição do trajeto do contêiner de onde foram furtados quatro notebooks e dois pentes de memória RAM da Petrobras. Ontem, os depoimentos continuaram em Macaé, ainda sem os reforços – 18 dias depois do relato do furto.
O contêiner saiu da Bacia de Santos em 18 de janeiro e chegou a Macaé no dia 30, depois de passar pelo Rio. Ontem, agentes da PF estiveram nos escritórios da Halliburton e da Transmagno, em Macaé, para fazer uma vistoria. No escritório da Halliburton, há um espaço para armazenagem de contêineres. Foi lá que funcionários da empresa detectaram que o cadeado do contêiner havia sido violado. O contêiner estava sob responsabilidade da Halliburton.
Já no escritório da Transmagno, o terreno ao lado do prédio de três andares é usado como estacionamento para caminhões. Foi em um deles que o contêiner foi transportado do Rio até Macaé. A Transmagno não informou se algum de seus empregados foi intimado a depor. Limitou-se a dizer que a Petrobras solicitou o envio da documentação referente ao transporte, o que já foi feito.
Polícia Civil: contêiner não foi violado em Macaé
Carla trabalha com duas hipóteses: furto comum e espionagem industrial. O delegado titular da Delegacia da Polícia Civil de Macaé, Daniel Bandeira de Mello, afirmou que o crime em questão não é comum na cidade e que o contêiner não foi violado em Macaé.
O Ministério Público Federal aguarda a qualificação do crime para iniciar uma investigação paralela. Se for confirmada espionagem industrial, vai designar um funcionário da Procuradoria Geral da República de Macaé para o caso. Em caso de furto comum, a investigação ficará a cargo do núcleo do Ministério Público Estadual de Macaé.
Ontem, foram ouvidas sete pessoas. Os nomes das testemunhas não foram revelados. Os depoimentos começaram por volta de 8h30m. Dois funcionários da Halliburton prestaram declaração de manhã. À tarde, mais dois empregados da empresa, um homem e uma mulher, estiveram na delegacia. Assim que saiu, às 15h30m, o funcionário fez uma ligação e disse “que havia sido tranqüilo”. Ele confirmou apenas que trabalhava em Macaé. A funcionária ficou três horas na delegacia. Saiu por volta de 17h30m em um Celta, de Marataízes (ES), em nome de Raquel Castical Laurindo.
Em seguida, três executivos da Petrobras – um deles atendia por Amaral – deixaram a delegacia em um carro prata, também do Espírito Santo. O veículo está no nome da Vix Transporte Ltda. Nenhum dos três quis dar entrevista.